sábado, 22 de novembro de 2014

OS EMANCIPALISTAS E SUA REPRESENTAÇÃO POLÍTICA




 Durante o desenrolar da luta pela aprovação no Congresso Nacional de matéria que dispõe sobre o procedimento para a criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, nos termos do § 4º do art. 18, da Constituição Federal Brasileira, temos sentido a ausência de representação política estadual política que nos acompanhe quer seja no âmbito do Estado como no âmbito federal.

No Estado do Pará, depois do deputado Nicias Ribeiro, não houve nenhum outro parlamentar que demonstrasse compromisso e principalmente empenho em acompanhar a luta dos emancipalistas. Sua atuação voltou-se para a Câmara dos Deputados para onde foi eleito deputado federal. Sua luta continuou até quando não conseguiu se reeleger para o cargo, deixando os emancipalistas paraenses quase na orfandade.A história da criação de municípios no Pará está intimamente ligada a figura de Nicias Ribeiro.

Sua importância no processo, entretanto, não diminuiu com a perda do mandato. Tanto é que no ano que passou, às vésperas de importante decisão sobre a aprovação da matéria no plenário da Câmara Federal, Nicias Ribeiro (na época Secretário de Estado de Energia), foi convidado para participar de um grupo de estudos que estava atuando naquela casa na ordenação da matéria.Esse poucos emancipalistas conhecem.

No âmbito Estadual em atuação recente foi possível destacar a atuação do deputado estadual Ítalo Mácola (PSDB), que tomando a frente do processo, mostrou-se atuante,porém,atropelado pela ineficiência de sua assessoria parlamentar perdeu alguns importantes momentos sofrendo grande desgaste provocando seu afastamento da luta. Não conseguiu mais se reeleger.E desapareceu do cenário.

Entretanto alguns nomes continuaram a dar apoio aos emancipalistas em Brasília, como o deputado Zé Geraldo (PT/PA), Giovanni Queiroz (PDT/PA), Zequinha Marinho (PSC/PA) e Wandenkolk Gonçalves (PSDB/PA). Também o deputado Lira Maia (DEM), cuja participação na processo de criação de municípios ficou mais evidente apenas quando se empenhava em dividir o Estado do Pará. Depois do plebiscito sumiu.

O deputado Wandenkolk Gonçalves (PSDB/PA), é sem sombra de dúvidas o maior injustiçado, merece receber o troféu TRAÍDO/2014. Foi o maior injustiçado no processo eleitoral. Mas nem por isso deixou a luta. Tem se mostrado um dos grandes articuladores dos interesses dos emancipalistas junto aos congressistas, pois é figura presente em todas as negociações e tenho certeza que será assim até o fim de seu mandato. Por isso tenho lamentado a não renovação de seu mandato. Vamos sentir muito sua falta se essa questão não se resolver nessa legislatura. Com ele os emancipalistas tem uma grande dívida e que não vai poder ser quitada  tão facilmente.

No período que antecedeu as eleições 2014, por várias vezes tentei motivar os companheiros para organizarmos apoio a alguns parlamentares com mandato que demonstravam sintonia com nossa luta.

Infelizmente o processo político vigente é algo muito predatório. Lideranças são destruídas quando não demonstram sintonia que o sistema. Percebemos muitas vezes grupos comunitários organizados lutando por benefícios para sua comunidades, mas, por se mostrarem sintonizados com grupos políticos instalados ficam alijados do processo.

E por não possuírem condições de fazerem o jogo político são tratorados pelos políticos profissionais que tem pouco ou nenhum compromisso com a comunidade e fazem do voto do cidadão verdadeira mercadoria e com isso nossa luta para eleger candidatos verdadeiramente comprometidos com o povo torna-se um pouco mais difícil.

Mas os emancipalistas, por outro lado, fraquejaram na hora de apoiar a maioria daqueles parlamentares que sempre estiveram ao seu lado abandonando-os quando eles mais precisavam do apoio do grupo.

Eleger desconhecidos para apoiar a nossa luta é apostar na incerteza. A inexperiência parlamentar pode comprometer o resultado de nossas aspirações.

Existem nesse cenário parlamentares que pagaram por seus próprios erros, pois a pífia atuação de muitos levou-os a não renovarem seus mandatos. Pois dos 41 parlamentares estaduais com assento na Assembléia Legislativa Estadual Paraense, não conseguimos destacar nenhum parlamentar que realmente tenha ao longo desse processo demonstrado interesse pela causa emancipalista.

A maior evidencia dessa postura e a falta de apoio quando os emancipalistas se dirigem a Brasília para acompanhar as votações que acontecem na Câmara, no Senado Federal ou no Congresso Nacional. Encontramos representações de vários estados brasileiros, principalmente dos Estados do Ceará, do Amazonas, de São Paulo, mas raras vezes encontramos representantes do Estado do Pará. Ausentes também do processo vereadores dos vários municípios que possuem distritos pleiteando sua emancipação político-administrativa.

A ineficiência cobra sua conta. A injustiça também!


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