quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

VISEU: Comunidade Vai quem quer, um lugar esquecido pela administração municipal

Nossa Senhora do Desterro - A padroeira da comunidade "Vai quem quer"

No domingo que passou, 07/02, a convite dos amigos Albério e Josiane, fui visitar a comunidade “Vai quem quer”, que fica na região do Laguinho, área agregada ao Distrito de Fernandes Belo, Região que lutamos por sua emancipação político administrativa. Era o aniversário de duas meninas gêmeas e os amigos fizeram uma festinha para as aniversariantes e os convidados foram as crianças do lugar, que não são poucas. Povo humilde, mas, que recebe os visitantes com muita alegria.

Crianças no aniversário à espera de doces e guloseimas

Essa região, ao que parece, só é lembrada em tempo de eleição. Nesse período, os políticos em busca de votos, sabem chegar lá. Depois desaparecem e voltar a querer ir à localidade quando chegam nova eleições.

Problemas cruciais cercam o dia a dia das pessoas que ali residem: Sem escolas, sem água potável, sem energia elétrica, a estrada só permite o acesso em tempo de verão (no inverno as águas cobrem o leito do caminho (não é estada) e fica difícil chegar de carro naquela comunidade. Existe uma ponte feita de varas (pelos próprios moradores), mas só permite a passagem de motocicletas. Dois quilômetros separam a comunidade da linha de transmissão de energia que leva luz elétrica até Ita Açú e São José do Piriá.

Os moradores usam um poço (conhecido como ferida no lençol freático) que está sujo. A água é retirada em um balde e puxada no muque. Não possui sequer uma roldana para facilitar a retirada da água. 

O poço que abastece a comunidade.....

O lazer se resume a jogos de futebol nos finais de semana. Conversando com os líderes da comunidade disseram que a comunidade é muito procurada na quadra junina, pois a “dança do boi” dá muita visibilidade ao lugar.

Momento de lazer na comunidade

As casas simples, abrigam famílias com proles numerosas. Apesar da carência conseguem ser felizes.

Um barracão sem paredes é usado como escola; os bancos para os alunos, são os bancos da pequena Capela de Nossa Senhora do Desterro. A Lousa, foi jogada fora por causa de um grande buraco que havia. 

Local onde funciona a escola

A Capela de Nossa Senhora do Desterro surgiu como pagamento de uma graça alcançada. Há anos atrás, vinte pessoas da comunidade passaram a ter comportamentos estranhos, creditados a obsessão de espíritos malignos. Seus moradores tentaram de tudo para curar a “doença”: Pajés, Pais de Santo, Pastores Evangélicos, Católicos, todos iam até o local para tentar curar os males daquela comunidade.

A cura do mal, foi atribuída a religiosidade católica. Um morador pediu ajuda a Nossa Senhora do Desterro e foi atendido. Em sua homenagem foi erguida a Capela de Nossa Senhora do Desterro, pela Graça alcançada.

O Crucifixo que ficava atrás do altar, caiu e quebrou em pedacinhos. A Imagem de Nossa Senhora do Desterro é personificada pela Sagrada Família (José, Maria e o Menino Jesus, montados em um burrico) em sua fuga para proteger aquele que seria o nosso Salvador.

Essa comunidade precisa ser olhada pelo poder público, afinal ali tem pessoas (muitas crianças) que precisam ter cesso a políticas públicas.

Espero que o prefeito de Viseu Isaias Neto, ao tomar conhecimento dos problemas dessa comunidade, há de colocar seus secretários para resolver os problemas dos moradores da Comunidade “Vai quem quer”, em especial para reparar a ponte, a escola que funciona provisoriamente em um barracão e fazer a energia chegar até a localidade.

Até este momento, a comunidade não registrou nenhum caso de coronavírus, disse Dona Luzia, uma das lideranças da Comunidade. 

Crianças acomodadas nos bancos da Igreja

Na expectativa da festinha....


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