EXCELENTÍSSIMA SENHORA PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO
DO PARÁ.
Desembargadora Luzia Nadja Guimarães Nascimento
ANTONIO PANTOJA DA SILVA, brasileiro, divorciado, profissional liberal,
portador do RG 3077657, 5ª via, CPF 031.991.692-87 e Título de Eleitor nº
000201881309, 14ª Zona Eleitoral, seção 0025, residente e domiciliado à
Travessa Alceu Cavalcante, s/n, bairro Centro, na Vila de Fernandes Belo,
município de Viseu, Estado do Pará, CEP 68622-000, em pleno gozo de seus
direitos políticos, informa o endereço acima para receber citações, intimações
e demais documentos de praxe, vem perante Vossa Excelência, rogar sua atenção
para a situação em que se encontra o prédio onde funcionava o Fórum da Comarca
de Viseu, Estado do Pará.
No dia 05 de agosto de 2008, inconformados com a morte de um jovem
residente naquela cidade, populares invadiram o prédio onde funcionava a Vara
Única do Judiciário derrubando e queimando tudo que encontravam pela frente,
ficando o referido prédio nas condições que podem ser vistas através das
imagens anexadas ao presente expediente. O Juiz e o Promotor foram resgatados
do local por um helicóptero da Polícia Militar e levados para Bragança, de modo
a garantir suas integridades.
No prédio incinerado e destruído, além do fórum funcionavam a
representação do Ministério Público e Defensoria Pública do Estado do Pará,
quase tudo se perdeu: documentos, móveis e utensílios, equipamentos de
informática, bens custodiados pelo judiciário, pouca coisa sobrou intacta.
Em eras anteriores publicamos em nosso blog (www.antoniopantoja.blogspot.com), algumas matérias
relacionadas ao caso; todas elas foram encaminhadas a presidência do TJE.
Nenhuma Resposta.
No ano de 2012 passado, nós moradores do município de Viseu, pensávamos
que a longa espera havia chegado ao fim, pois chegava a cidade de Viseu uma
equipe de logística do TJPA, quando afixaram umas placas indicando que o prédio
seria reconstruído, no dia 27.05.2012, publicamos a seguinte matéria em nosso
blog:
“O terreno foi cercado, o que restou do prédio já foi derrubado por
homens da Construtora Canãa Ltda. EPP, responsável pela obra, através do
Contarto de nº 002/2012, com prazo de execução de 240 (duzentos e quarenta
dias), no valor de R$ 1.216,433,14. Entretanto, parece que algo não vai bem
naquela obra; os trabalhadores estão com seus salários atrasados. Recebendo por
quinzena, segundo alguns trabalhadores, seus pagamentos estão já com quarenta e
cinco dias de atraso.Estamos de olho nessa obra!”
Vã esperança, pois alguns dias depois a obra foi paralisada como está
até hoje.Entristece-nos ver a vergonhosa situação do judiciário em Viseu.
Recentemente foi qualificado como a vergonha do judiciário paraense, tamanho é
o descaso que o jurisdicionado é submetido, pois é inadmissível que o aparelho
judicial do Estado funcione em um prédio que não ofereça a mínima condição de
prestar um atendimento ao jurisdicionado com um mínimo de decência.
Todos aqueles que necessitam se queixar ao Estado Juiz tem de esperar em
uma pequena área frontal a casa/Fórum, ainda ter de dividir espaço com bens
apreendidos e custodiados pelo judiciário
Uma pequena casa residencial hoje abriga a Defensoria em uma sala, onde
trabalha apenas o Defensor Público, o heróico Dr. Dico Cirino; em outra sala
atende o DD representante do Parquê e seu (a) assistente, quando um está na
sala o outro tem de sair; e em duas salas também pequenas funcionam os
cartórios cível e penal; em outra sala ficam os dois oficiais de justiça, no
mesmo dilema, quando um tem de trabalhar o outro tem de esperar lá fora; e numa
outra pequena sala, atende o bravíssimo “Juiz de Roça” (assim ele gosta de ser
reconhecido), o Excelentíssimo Dr. Lauro Alexandrino Santos, reconheça-se no
meritíssimo uma figura impar pelo exercício de seu mister. Justiça, tenacidade
e humanidade estão encerradas em uma mesma figura humana. Um dos heróis da
região do Gurupi, do nosso município de Viseu.
Podemos afirmar sem medo de estar sofismando, que esses Homens do
Direito são verdadeiros heróis, pois a carência material que vivemos em Viseu,
tendo graves problemas como saúde, educação, infra estrutura, terem de se
deslocar até esta cidade é um verdadeiro martírio. A viagem até a cidade de
Bragança podemos considerar que é uma boa viagem, entretanto, o deslocamento
até a cidade de Viseu, viajando por uma estrada de aproximadamente 112 km, não
é para qualquer mortal.
Recorde-se que o nosso “Juiz de Roça” já foi vítima de um acidente na
Rodovia BR 308, que liga Bragança a Viseu; Saiba também, ou melhor recorde-se
que uma funcionária do judiciário, em fase de transferência para a Comarca de
Viseu, sofreu um grave acidente, inclusive com vítima fatal, pois acabou
perdendo uma criança, seu filho, de apenas um ano de idade.
Que esses homens necessitam de um prédio onde possam receber com
dignidade os assistidos e jurisdicionados, isso nem se discute. Agora esperar
que o Judiciário Paraense trate com um pouco mais de respeito esse povo sofrido
do município de Viseu, não é pedir muito é apenas pedir que o Estado lhes
assegure um mínimo de seus direitos fundamentais e ser respeitado é um desses
direitos.
Vossa Excelência não é primeira presidente a receber esse tipo de
pedido, outros presidentes também já o receberam. Embora tenham feito muito
pouco para efetivamente solucionar o problema, o povo de Viseu de Viseu espera
em breve tempo estar festejando a inauguração do novo prédio do Judiciário em
nosso município. Isso nós merecemos!
Ressalte-se que o município de Cachoeira do Piriá também é atendido pela
Comarca de Viseu.
Contando com a máxima boa vontade por parte de V. Exª, esperando em
breve ter uma resposta do Judiciário Paraense.
Atenciosamente,
Antonio Pantoja da Silva
Presidente da Associação do Movimento Emancipalista de Fernandes Belo.
Telefones para contato: (91) 99162493/80125295
Endereço para correspondência em Belém:
Passagem São Francisco, nº 37 – bairro Castanheira
Belém Pará.
CEP 66645-585
A placa da obra parada desde maio 2012 |
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