Pedro Taques abdicou da carreira jurídica para ingressar no Senado |
Em seu
pronunciamento antes da eleição para a presidência do Senado nesta sexta-feira
(1º), o candidato ao cargo, senador Pedro Taques (PDT-MT), reconheceu-se como
perdedor nessa disputa, mas combatente por mudanças no Senado. O candidato,
apoiado pelo PSOL, PSB, DEM, PSDB e por alguns senadores de outras legendas,
pediu os votos dos colegas com um discurso poético e crítico à omissão do
Legislativo e ao retorno de Renan Calheiros à presidência da Casa.
– Sou o
titular da perda anunciada, do que não acontecerá, senhor presidente. Mas o bom
povo do Mato Grosso não me deu voz a esta casa para só disputar os certames que
possa ganhar, mas para lutar com todas as minhas forças as batalhas que forem
justas-, disse Taques no início de seu discurso.
O senador
criticou a omissão do Poder Legislativo e disse que, caso eleito, pretende
impugnar as ações do Executivo que sejam contrárias às normas do país. Ele
disse que o Legislativo não é um “puxadinho” do Poder Executivo.
– O
presidente tem o dever de impugnar proposições que lhe pareçam contrárias à
Constituição, às leis e ao próprio regimento, o que foi feito apenas uma única
vez desde a Constituição de 1988. Eu, anunciado perdedor, comprometo-me perante
meus pares e perante todo o país a impugnar esses exageros do Poder Executivo.
Será que o anunciado vencedor pode fazer idêntica promessa? – disse.
O senador
propôs ainda que as relatorias sejam sorteadas, que os vetos do Executivo às
leis sejam votados pelo Congresso, e que haja uma agenda legislativa pública e
democratizada, com mecanismos para que os cidadãos possam formular diretamente
requerimentos de urgência para votação de matérias.
Taques
defendeu também a atualização do regimento interno da Casa e do regimento
interno do Congresso Nacional, além de um processo legislativo eletrônico, em que
os cidadãos possam participar com iniciativa popular por meio de assinatura
eletrônica.
Na área
administrativa da Casa, o senador prometeu organização, estrutura eficiente e
probidade.
- Não
serão tolerados abusos de qualquer ordem. Funcionários públicos, representantes
do povo, estamos todos aqui para servir a sociedade e o Estado e não para nos
servirmos dele – disse.
O senador
citou uma petição eletrônica popular que reuniu mais de 300 mil assinaturas
contra a candidatura de Renan Calheiros.
- Esta candidatura
é daqueles que nunca tiveram voz nesta Casa. É dos mais de 300 mil brasileiros
que assinaram uma petição eletrônica – falou.
No fim de
seu discurso, Taques se disse convencido de sua derrota, e criticou a volta de
Renan Calheiros à presidência da Casa.
- Existem
voltas que criam receios, receios de continuísmo, receios de letargia, receios
de erros ressurgidos. Sou o anticandidato, aquele que perderá. Não sou
especial, não tenho qualidades que cada cidadão brasileiro trabalhador e
honesto não tenha também. Eu não temo o próprio passado e, portanto, eu não
tenho medo do meu futuro – disse.
Agência
Senado
(Reprodução
autorizada mediante citação da Agência Senado)
Fonte: http://www12.senado.gov.br/noticias/materias/2013/02/01/pedro-taques-luto-o-bom-combate,
acesso 01.02.2013, às 14:19h
Nenhum comentário:
Postar um comentário