sexta-feira, 16 de novembro de 2012

ESCRAVIDÃO


Por Armando Soares

O General Ernesto Geisel (1974/1979) fez uma profecia: “Se é vontade do povo brasileiro eu promoverei a Abertura Política no Brasil. Mas chegará um tempo que o povo sentirá saudade da Ditadura Militar. Pois muito desses que lideram o fim da ditadura não estão visando o bem do povo, mas sim seus próprios interesses”. Será que chegaremos... Ou já chegamos a esse ponto?

          Soldado lembra o pronunciamento de Barack Obama, presidente do país mais democrático do mundo que afirma para que servem os militares, no dia do Memorial Day. “... É graças aos soldados, e não aos sacerdotes, que podemos ter a religião que desejamos. É graças aos soldados, e não aos jornalistas, que temos liberdade de imprensa. É graças aos soldados, e não aos poetas, que podemos falar em público. É graças aos soldados, e não aos professores, que existe liberdade de ensino. É graças aos soldados, e não aos advogados, que existe o direito a um julgamento justo. É graças aos soldados, e não aos políticos, que podemos votar...” Feliz do povo que tem orgulho dos seus soldados e sabem do seu valor, diferentemente do que ocorre dos governantes brasileiros que homenageiam guerrilheiros que derramaram sangue de justos para implantar uma ditadura comunista no país.

A pior escravidão é aquela que é imperceptível. Não é a que obriga o ser humano a trabalhar por salário “de fome”. A escravidão mais cruel é a que danifica a mente com propaganda enganosa, que obstaculiza o livre arbítrio, que impede o ir e vir, que impõe censura a livre expressão e ao conhecimento da verdade. Uma das piores escravidões, a mais maléfica, a que fere indelevelmente a alma do ser humano é a servidão de longo prazo imposta aos pobres através de políticas eleitoreiras, enganosas que prende o pobre a currais para servir aos interesses de grupos que visam se perpetuar no poder para tirar vantagens financeiras e econômicas, realizar negociatas. Ter consciência de ser pobre para toda a vida, revolta, gera distorções de comportamento, delinqüência, crime, tráfico de drogas, situação por não ter solução, se estenderá a várias gerações. Diante dessa realidade advém uma reação reflexa própria do animal homem em perigo: conquistar a qualquer preço a libertação da pobreza, mas, sem opção, se animaliza, perde a humanidade, mata, estupra e se droga, opção que vai custar à vida.

O que tem feito o governo e a sociedade brasileira para erradicar a pobreza humilhante existente no Brasil? Nada de consistente e duradouro, a não ser ações paliativas politiqueiras, tipo “pão e circo”, como as “bolsas” que transformam o pobre em consumidores para a felicidade do comércio, ou seja, ilude o pobre que não se erradica a pobreza, pois sua libertação só pode ser alcançada pelo conhecimento, pela educação e pelo desenvolvimento. O verdadeiro trabalho escravo não é o que aponta o Ministério do Trabalho nas fiscalizações que realiza com fins ideológicos. Escravo no Brasil é quem produz alimento, quem industrializa, quem comercializa, quem presta serviços, os funcionários públicos, os militares, todos trabalhando e pagando impostos extorsivos para um Estado paquidérmico ineficiente que sustenta políticos iníquos e a corrupção, como prova o STF no julgamento do “mensalão”. Tem razão Ayn Rand quando adverte: "Quando você perceber que, para produzir precisa obter a autorização de quem não produz nada; quando comprovar que o dinheiro flui para quem negocia não com bens, mas com favores; quando perceber que muitos ficam ricos pelo suborno e por influência, mais que pelo trabalho; que as leis não nos protegem deles, mas, pelo contrário, são eles que estão protegidos de você; quando perceber que a corrupção é recompensada e a honestidade se converte em auto-sacrifício, então, poderá afirmar, sem temor de errar, que sua sociedade trabalham juntos para o bem-estar comum, todas as diferenças se resolvem, o que não vem acontecendo no Brasil diante das políticas postas em prática pelo anterior e atual governo que produziu leis e programas que estão criando discriminação no seio do povo, jogando raça contra raça, estratégia própria e conhecida de regimes ditatoriais a exemplo do nazismo, do comunismo e do fascismo.

Todo homem é livre para subir tanto quanto puder ou quiser, desde que possa se defender da “canga” do estado. O motor da riqueza e do desenvolvimento é a idéia atributo do homem e não do Estado. O homem que descobre novos conhecimentos será para sempre um benfeitor da humanidade. Produtos e mercadorias não podem ser compartilhados, pois pertencem sempre àqueles que os consomem. Apenas o valor de uma idéia é que pode ser compartilhado com um número ilimitado de homens, fazendo com que todos se tornem mais ricos sem que ninguém seja sacrificado ou leve prejuízo, elevando a capacidade produtiva do trabalho de todo cidadão, não importa quem ele seja. O homem que se encontra no topo da pirâmide intelectual contribui para todos aqueles que se encontram embaixo, mas não recebe nada mais do que seu pagamento material. O homem na base da pirâmide, sozinho morreria de fome por causa da sua inépcia, não contribui com nada para aqueles que se encontram acima, porém recebe o bônus de todos os seus cérebros, enfatiza Rand. O grande escravagista no Brasil é o Estado. É dele e de políticos inidôneos que o brasileiro tem que se libertar.

 Armando Soares  é economista
e-mail:teixeira.soares@uol.com.br

ESCRAVIDÃO. Jornal O LIBERAL. Caderno Atualidades. Seção Opinião. Página 2. 15 de novembro de 2012. Belém – Pará.

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