O município de Viseu comemora no próximo dia 06 de julho, 118 anos de criação. Na comemoração desse pouco mais de um século de vida, é interessante que nós que gostamos de nosso município saibamos um pouco de sua história. Vale a pena dar um passeio pelo município de Viseu dos anos 50. Lendo esse breve relato, podemos dimensionar o trabalho que tiveram aqueles que nos antecederam na construção da história de nosso município. Muitas páginas ainda haveremos de escrever.
Para Viseu e para os viseuenses, que neste dia 06 de julho de 2013, quando comemoramos 118 de nossa elevação a município, ou como queiram, a cidade, deve ser uma data muito significativa, afinal parece longa mas, podemos considerar que é uma curta existência e cabe a nós o comando de nosso destino. Viseu faz aniversário mas a festa é de todos os viseuenses. A seguir um pouco de sua história:
O MUNICÍPIO DE VISEU NOS ANOS 50
Viseu: Topônimo de origem
lusa. Quer significar “lugar alto ou elevado”, de onde se avista ao longe. “As
formas documentadas de Veseo, século VII, Veseum, durante o Califado de Córdova
(século VIII e seguintes) e Viseo, no século X, mostram a evolução morfológica
do vocábulo e que ele deve ser escrito com “s” e não com “z”. (I. Xavier
Fernandes – Topônimos e Gentílicos).
UM POUCO DE
SUA HISTÓRIA
Os franceses foram os primeiros europeus que pisaram
no atual município de Viseu, quando, no começo do século XVII, estabeleceram-se
no Maranhão. Mantiveram os primeiros contatos com os índios da Tribo dos Tupinambás,
no Rio Piriá.
Em 1613, com a vinda de Diogo de Campos e de Jerônimo
de Albuquerque, mandados por Gaspar de Souza para desalojar os franceses,
insistiu o primeiro com o último para fortificar o Piriá e pela aliança com os
Tremembés, inimigos dos Tupinambás, que eram amigos dos franceses.
O primeiro povoado deste município, fundado em 1620,
por ordem dos Francisco Coelho de Carvalho, era uma aldeia dos índios
Arapitangas, e se assentou às margens do Rio Gurupi.
O território de Viseu fez parte da Capitania do
Gurupi, doada por Felipe III de Espanha, por carta da data de 9 de fevereiro de
1622, a Gaspar de Souza, Governador Geral do Brasil, de 1612 a 1616, capitania
que se estendia do Rio Caeté ao Rio Turiaçu, com 20 léguas de fundos.
Francisco Coelho de Carvalho, na viagem que fez a Belém,
entrou no Rio Gurupi, para visitar a porção de Vera Cruz, e desrespeitando a
carta régia de Felipe III, doou, nesse ano, a seu filho Feliciano de Carvalho,
a mesma capitania.
A corte de Madri, entretanto, desaprovou o ato do
governador Francisco de Carvalho, a requerimento de Álvaro de Souza Filho,
filho de Gaspar de Souza e seu herdeiro.
A Feliciano Coelho de Carvalho, em compensação, foram
doadas as terras do Camutá, onde ele fundou a vila de Viçosa de Santa Cruz.
Álvaro Souza fundou Souza do Caeté, à margem do Rio
Caeté, lançando os alicerces da atual sede de Bragança, erigida depois, acima
da antiga vila do primeiro donatário.
O povoado de Vera Cruz pouco se desenvolveu.
Como freguesia passou para a Independência.
Com a divisão dos Termos e Comarcas da Província do
Pará, nas sessões de 10 e 17 de maio de 1833, o Conselho do Governo Provincial,
as freguesias de Viseu, Piriá e São José do Gurupi, foram incorporadas ao
município de Bragança, do qual fizeram parte até 1856, quando a Lei nº 301, de
22 de dezembro, deu à freguesia de Viseu a categoria de Vila, erigindo seu
território em município.
Em ofício de 22 de junho de 1857, o presidente da Província,
Tenente-coronel Henrique Beaurepaire Rohan, determinou a Câmara Municipal de
Bragança, então constituída entre outros por Joaquim Inocêncio Santiago,
presidente e Manoel Antonio da Silveira, Francisco Antonio da Cunha, Antonio
Martins e João Manoel Conde, vereadores, que tomassem as providencias
necessárias para a eleição de vereadores, a fim de dar cumprimento à Lei 301,
de 1856 e instalar o mais breve possível o novo município criado.
Com a proclamação da República, o governo provisório
do Estado do Pará dissolveu a Câmara Municipal pelo Decreto nº 116, de 26 de
março de 1890, criando pelo Decreto nº 117, da mesma data, o Conselho da
Intendência Municipal.
Em ato ainda de 26 de março de 1890, foram nomeados
para o Conselho de Intendência Municipal, José Lopes de Queiroz, presidente, e,
vogais, Pedro Fernandes Alves, Otávio Antonio Pinheiro, José dos Santos
Ferreira, Francisco Amorim Travassos, Marcos dos Reis e Silva e Olimpio José
Pereira.
No triênio (1915-1918), exerceu o cargo de Intendente
municipal, Bruno de Oliveira Lisboa.
A Lei nº 28, de 30 de junho de 1892, criou a Comarca
de Viseu, que a portaria de 9 de dezembro do mesmo ano, mandou instalar no dia
10 do mesmo mês.
Viseu foi elevada a categoria de cidade pela Lei 324,
de 06 de julho de 1895, sendo instalada em 16 de novembro seguinte, conforme o
Decreto nº 146, de 4 de novembro de 1895.
Os Decretos Estaduais números 6, de 4 de novembro de
1930 e 78, do mês seguinte, suprimiram o município de Viseu, cujo território
ficou sob a jurisdição direta do Estado. Restaurou-o, porém, a Lei Estadual nº
8, de 31 de outubro de 1935, ao consigná-lo em sua relação dos municípios
existentes no Pará.
Segundo os quadros de divisão territorial datados de
31.12.1936 e 31.12.1937, o município de Viseu subdivide-se em 4 distritos:
Viseu, Emboranunga, São José do Gurupi (Gurupi, simplesmente, de 1936) e São
José do Piriá (Em 1936, São João do Piriá). Mais tarde o distrito de
Emboranunga passou a chamar-se Fernandes Belo.
Pelo disposto no Decreto-lei Estadual nº 3.131, de 31
de outubro de 1938, que fixou a divisão territorial do Estado, a vigorar no
quadriênio 1939-1943, o município de Viseu passou a abranger mais um distrito,
o de Camiranga, criado com território desligado de São José do Gurupi. Assim
nessa divisão o compõe 5 distritos: Viseu, Camiranga, Fernandes Belo, São José
do Gurupi e São José do Piriá, o que também se observa na divisão territorial
do Estado, vigente no qüinqüênio 1944-1948 e estatuída pelo Decreto-lei Estadual
4.505, de 30 de dezembro de 1943.
A legislatura de 1955 elegeu para prefeito municipal o
senhor Raimundo Moacir Bogea e constituída a Câmara Municipal com 7 vereadores.
LOCALIZAÇÃO
O município de Viseu situa-se na Zona Fisiográfica do
Gurupi e limita-se com os municípios de Augusto Correa, Bragança e com o Oceano
Atlantico. A sede da comarca dista 263 km em linha reta da capital do Estado e
fica em 35º lugar em escala de distancia de Belém, tendo as coordenadas
geográficas de 1º 12’ 34” de latitude Sul e 46º 08’ 17” de longitude W Gr.
ALTITUDE
O Município registra a maior altitude na sede, com 8
metros, sendo o 27º em ordem de altitude do Estado.
CLIMA
O Município apresenta o clima natural da Amazônia,
superumido. Sem estação meteorológica, não foi calculada a temperatura.
ACIDENTES
GEOGRÁFICOS
Principais acidentes geográficos: Rio Gurupi, que
nasce no Estado do Maranhão, corre em direção norte, deságua no oceano Atlantico;
é navegável por lanchas a motor de maior calado até o distrito de São José do
Gurupi e até Camiranga por pequenas embarcações; suas águas banham Viseu e os
distritos de São José do Gurupi e Camiranga, localidades às margens desse rio;
Rio Piriá, nasce ao Sul do município e desemboca no Oceano Atlantico. Navegável
por pequenas embarcações até a sede distrital de São José do Piriá; Rio
Emboranunga, nasce ao Sul do município, corre para norte e, desaguando no
Oceano Atlantico. Navegável por pequenas embarcações até o povoado de Açaiteua.
Suas águas passam pelo referido povoado e outros lugarejos. É limite com o
município de Bragança. Cachoeiras: de Santo Antonio, Algibeira, Tapi-Açuê,
Itapecum, todas com 200 a 300 metros de comprimento. Serras: do Piriá, co uma
elevação chamada Peito de Moça (500 metros).
RIQUEZAS
NATURAIS
O ouro aparece como principal riqueza mineral;
madeiras em geral constitui as vegetais. Peles de animais silvestres
destacam-se como a animal.
POPULAÇÃO
Segundo recenseamento de 1950, a população de Viseu
era de 19.893 habitantes e tinha a seguinte distribuição: homens – 10.411;
mulheres – 9.482; brancos – 1.993; pardos – 17.568; pretos – 294; nenhum da
raça amarela. Das pessoas de 15 anos e mais, em número de 11.164, desse total
6.606 eram solteiros, 4.480 casados, 704 viúvos e 2 desquitados. Existiam
apenas 9 estrangeiros e 4 brasileiros naturalizados. Religiosamente
predominavam os que se confessaram católicos romanos, em número de 19.636; as
outras religiões acusaram ínfimo número de adeptos.
Segundo estimativa do Departamento Estadual de
Estatística, a população do município de Viseu em 31.12.1956, era de 22.423,
sendo 6.857 no Distrito de Viseu, 1.749 no Distrito de Camiranga, 6.085, no
Distrito de Fernandes Belo, 1.170 no Distrito de São José do Gurupi e 6.562, no
Distrito de São José do Piriá.
AGLOMERAÇÕES
URBANAS
O município possui cinco aglomerações urbanas
principais: A cidade de Viseu com 1.189 habitantes (547 homens e 642 mulheres);
a Vila de Camiranga, com 189 habitantes (96 homens e 93 mulheres); a Vila de
Fernandes Belo, com 666 habitantes (345 homens e 321 mulheres); a Vila de São
José do Gurupi, com 427 habitantes (232 homens e 195 mulheres); a Vilas de São
José do Piriá, com 824 habitantes (397 homens e 427 mulheres), segundo dados do
recenseamento de 1.950. Além da cidade e vilas, existem os seguintes povoados:
Fazenda Real, com 30 casas e 160 moradores; Limondeua, com 62 casas e 400
moradores; Basília, com 70 casas e 350 moradores; Açaiteua, com 600 casas e
2.500 moradores; Braço Verde, com 90 casas e 300 moradores; Ita Açu, com 40
casa e 200 moradores; e Centro Alegre, com 20 casas e 100 moradores.
ATIVIDADES
ECONÔMICAS
A indústria extrativa esta assim constituída: de
origem vegetal: madeiras em geral; de origem mineral: somente ouro; e de origem
animal: peixes e peles de animais silvestre.
O município assenta sua economia, principalmente na
produção de fibras, cuja exportação em 1956 atingiu 371925 kg, no valor de Cr$
3.483.660,00. Seguindo-se o gado suíno com 1.797 cabeças, rendendo Cr$
687.210,00; arroz com casca, com 131.1940 kg, somando Cr$ 425.494,00; gado
bovino, com 90 cabeças, perfazendo um total de Cr$ 306.500,00; e farinha de
mandioca, com 67.655 kg, rendendo Cr$ 267.650,00. O valor global da produção do
município foi de Cr$ 5.759.732,00.
Existem no município oito estabelecimentos
industriais, sendo uma serraria, dois engenhos para fabricação de aguardente,
uma fábrica de sabão, três pequenos cortumes e uma olaria, além de pequenas instalações
que se dedicam ao fabrico de farinha de mandioca.
Das pessoas em idade ativa (10 anos e mais), 30,4%
estão ocupadas na agricultura, pecuária e silvicultura.
COMERCIO E
BANCOS
O comércio mantém transações comerciais com a as
praças de Bragança e Belém, no Pará e Carutapera, no Maranhão. Há no município
49 estabelecimentos comerciais do sistema natural da Amazônia: atacadistas e
varejistas ao mesmo tempo.
MEIOS DE
TRANSPORTE E COMUNICAÇÕES
Viseu comunica-se com os municípios limítrofes:
Bragança, no Pará: 108 km marítimo e fluvial; Carutapera, no Maranhão, por via
marítima; Capital Estadual: 336 km, marítimo, fluvial e ferroviário, via
Bragança. Conta com uma Agência Postal Telegráfica na cidade e outra do correio
no interior, ambas do Departamento de Correios e Telégrafos – D.C.T.
ASPECTOS
URBANOS
A cidade de Viseu tem 24 logradouros públicos. Possui
306 prédios e segundo dados do Recenseamento Geral de 1950, conta com 1.189
habitantes. É servida de luz elétrica. A iluminação pública se estende a 17
logradouros e a domiciliária conta com 120 ligações.
ASSISTENCIA
MÉDICO-SANITÁRIA
Existe um Posto Sanitário, mantido pelo Governo
Estadual, para os serviços de assistência médica em pequena escala, por um
guarda sanitário.
ALFABETIZAÇÃO
O recenseamento de 1950 verificou a existência de
16770 pessoas de 5 anos a mais, sedo que 4.063, ou seja, 24,2% sabiam ler e
escrever. Destas 2.360 eram homens e 1.703 mulheres. Na cidade das 1031 pessoas
de cinco anos e mais, 597 sabiam ler e escrever e destas 251 eram homens e 346
mulheres.
ENSINO
Em 1956 funcionaram 65 unidades de ensino primário
fundamental comum, com matrícula total de 4.189 alunos, na cidade e no campo.
OUTROS
ASPECTOS CULTURAIS
Contam-se vários clubes de futebol na cidade e no
interior do município. As dificuldades de transporte e comunicação não permitem
maior intercambio esportivo com os municípios vizinhos.
FINANÇAS PÚBLICAS
ANOS
|
RECEITA ARRECADADA (Cr$
1.000)
|
DESPESA REALIZADA NO MUNICÍPIO (Cr$ 1000)
|
|||
Federal
|
Estadual
|
Municipal
|
|||
Total
|
Tributária
|
||||
1950
|
-
|
852
|
327
|
653
|
|
1951
|
-
|
81
|
686
|
626
|
|
1952
|
-
|
141
|
895
|
719
|
|
1953
|
-
|
129
|
1536
|
294
|
1245
|
1954
|
-
|
133
|
1295
|
246
|
1706
|
1955
|
-
|
117
|
1159
|
528
|
993
|
1956 (1)
|
-
|
1037
|
383
|
1037
|
MANIFESTAÇÕES
RELIGIOSAS E FOLCLÓRICAS E EFEMERIDES
A festa religiosa tradicional de Viseu é o “Círio” de
Nossa Senhora de Nazaré, realizado em novembro e que atrai católicos de todo o
município dos municípios vizinhos. Festeja-se também São Benedito e São
Sebastião, que embora tradicionais, contam apenas com romeiros da cidade.
VULTOS
ILUSTRES
Destaca-se o Dr. Mariano Antunes, Bacharel em Direito
e jornalista, que ocupou por muitos anos 0 cargo de Juiz de Direito em várias
Comarca do Interior e na Capital do Estado. Em 1938, presidiu a Comissão
revisora de Divisão Territorial do Estado.
ATRAÇÕES
TURÍSTICAS
A baia da Foz do Piriá, com o famoso e temido
Quebra-Pote, agitação provocada pelo encontro das águas do rio com as do
oceano, é sem dúvida motivo de interesse turístico.
A foz do Rio Emboranunga, limite municipal com
Bragança, é um belo espetáculo. As praias do município de Viseu são de grande
beleza.
OUTROS
ASPECTOS DO MUNICÍPIO
Os habitantes do município recebem o nome de
viseuenses.
É sede de Comarca e Termo Judiciário com cinco
distritos judiciais (Hoje são apenas 4).
O eleitorado é de 5.093 eleitores.
Viseu é o município mais oriental do Estado e é
vizinho do Estado do Maranhão. A influencia dos costumes maranhenses é bem
acentuada. A vida é relativamente barata, quanto à alimentação bem farta de
peixes e mariscos, embora escassa de carne bovina.
A ausência de ligação terrestre com o resto do Estado,
ainda não permitiu maior desenvolvimento no município. Somente por via fluvial
e marítima, em embarcações de pequeno calado (motores, lanchas e canoas
veleiras) é feito o transporte entre Bragança e Viseu, em mais de doze horas de
viagem, enfrentando o Oceano. A futura rodovia já em construção (BR 22)
proporcionará fugir da atual situação de isolamento.
BIBLIOGRAFIA
Annaes da
Bibliotheca e Archivo Público do Pará – Tomo Nono – João Palma Muniz – 1.916.
Sinopse Estatística do Município de Viseu – C. N. E. – 1948 – Arquivo da
Agencia Municipal de Estatística. – Documento da Inspetoria Regional de
Estatística do Pará; Elaboração da Inspetoria Regional da Estatística do Pará
(junho de 1957).
ola amigo bom dia me chamo arnan e queria saber um pouco sobre um homem que segundo o povo começou a construir a vila de quatipuru raimundo alves piranha
ResponderExcluirquero saber porque ele foi expulso de caete
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