terça-feira, 8 de setembro de 2015

A CRIAÇÃO DE NOVOS MUNICÍPIOS

VAMOS ORGANIZAR OS NOSSOS DISTRITOS?
O movimento emancipalista brasileiro vive momento de organização. Tudo começou a partir dos vetos do PLS 98/2004 e 104/2014. Principalmente pelo veto ao segundo Projeto de Lei do Senado, que foi construído logo apo o veto ao PLS 98.
A representação dos emancipalistas buscando amenizar os efeitos desse veto partiu para uma ação mais efetiva e que assegurasse a regulamentação do Parágrafo 4º, do artigo 18 de nossa Constituição Federal, que assegura às Assembléias Legislativas dos Estados criarem novos municípios. Além de criar poderiam também promover o desmembramento, fusão e incorporação de áreas municipais.
Vários encontros foram realizados visando a construção de um Projeto de Lei que atendesse aos anseios dos diversos atores envolvidos: Coordenação dos emancipalistas, Presidências da Câmara dos Deputados e Senado Federal, Casa Civil e Secretaria de Assuntos Institucionais da Presidência da Republica e técnicos legislativos.
Como é largamente conhecido por todos de perto acompanharam essa jornada, o Projeto de Lei do Senado nº104/2014, foi escrito após ouvir todos os envolvidos. Muita coisa foi excluída, muita coisa foi acrescentada. Precisávamos atender a vontade das partes. É conveniente ressaltar que os emancipalistas tiveram de ceder em vários aspectos, que não agradava a presidência da República.
Havia um entendimento entre o grupo emancipalista que era preferível ter uma lei “ruim” a não ter nenhuma lei que regulamentasse aquele artigo constitucional. Uma lei ruim poderia no futuro ser melhorada.
Pronto o dispositivo foi encaminhado para votação nas duas casas, sendo aprovada com folga tanto na Câmara dos Deputados como no Senado Federal.
Mesmo assim, depois de dias e dias de encontros, fazendo tudo para agradar a presidência, o PLS foi vetado. E o que é mais triste ainda: os vetos foram mantidos pelo Congresso Nacional. Será que a aprovação nas duas casas foi apenas uma forma de ludibriar os emancipalistas? Vencer o grupo pelo cansaço? Mas o grupo é de boa têmpera!
Diante desses atropelos, os emancipalistas do Brasil resolveram partir para a organização. No mês de março/2015 aconteceu o I Encontro Nacional de Líderes Emancipalistas, na cidade de Caucaia, Estado do Ceará, em cujo evento foi traçada diretriz para efetivamente organizar o grupo. O ponto central é a organização do movimento a partir dos distritos. Em seguida a criação das federações estaduais para em um novo momento criar a Confederação Nacional dos Emancipalistas.
No mês de agosto/2015, no Distrito de Mosqueiro, município de Belém, foi realizado o II Encontro Nacional de Líderes Emancipalistas. Ao fim do encontro as diretrizes do I encontro foram reafirmadas, sendo programado o II Encontro Nacional que acontecerá no Distrito de Campo Lindo, município de Cristalina, Estado de Goiás, nos dias 11/12 de abril de 2016.
Nossa luta está centrada na Câmara dos Deputados, onde aguarda pauta PLS de autoria do Senador Flexa Ribeiro (PSDB/PA), já aprovado no Senado Federal. Paralelamente os emancipalistas pretendem a aprovação de uma PEC (a PEC dos Emancipalistas), cujo andamento da coleta de assinaturas está em franco andamento. Brevemente esperamos receber boas novas a respeito do encaminhamento dessa PEC.
AS AGENCIAS DISTRITAIS
Enquanto isso por que não tratarmos da organização de nossos distritos?
Qual de nossos distritos já tem suas subprefeituras instaladas?
O que podemos fazer para que isso aconteça?
A Lei Orgânica do município de Viseu, no Estado do Pará, onde pretendemos a emancipação político-administrativa do Distrito de Fernandes Belo, em seu Capítulo II, artigo 90, menciona um Conselho Distrital:
“Art. 90 – Nos Distritos, exceto na sede, haverá um Conselho Distrital, composto por 03 (três) conselheiros eleitos pela respectiva população, e um administrador distrital, nomeado em comissão pelo prefeito municipal”
Recentemente o Distrito de Americano, no município de Santa Isabel, Região Nordeste do Pará, instalou sua subprefeitura, criada através da Lei Municipal nº 262, de 06.12.2013.
O Projeto de Lei teve inicio com a aprovação de uma PROPOSIÇÃO VERBAL apresentada pelo Vereador Virgílio Kennedy da Silva Santos, na sessão de 06.03.2013, onde pedia a instalação da Agência Distrital de Americano, com sede na Vila de Americano, sede do respectivo Distrito.
O Projeto de Lei cria o Cargo Comissionado de Coordenador Distrital, que tem as seguintes competências:

a) Representar administrativamente a prefeitura na região distrital, auxiliando o prefeito e os secretários municipais;
b) Coordenar técnica e administrativamente esforços, recursos e meios legalmente postos a sua disposição, observando as prioridades e diretrizes estabelecidas pelo governo municipal;
c) Sugerir a Administração Municipal, diretrizes para o planejamento do Distrito;
d) Fiscalizar o cumprimento de leis, decretos, portarias e regulamentos;
e) Planejar, controlar e executar os serviços locais, obedecendo as políticas, diretrizes e programas fixados pelo governo municipal; ampliar a oferta, agilizar e melhorar a qualidade dos serviços locais, a partir das diretrizes da prefeitura municipal.
f) Facilitar o acesso dos cidadãos aos serviços públicos municipais em conjunto com as respectivas secretarias municipais.
Esse Projeto de Lei poderia servir de incentivo para que as lideranças emancipalistas nos distritos brasileiros, que ainda não possuam essa estrutura administrativa, buscassem apoio junto ao legislativo municipal para a implantação desse modelo, o que certamente facilitaria o ordenamento da área distrital para uma possível emancipação.
Ainda que as Câmaras Municipais não encampem essa idéia, ainda resta a apresentação de Projeto de Lei de iniciativa popular, que pode ser subscrita por 5% (Cinco por cento) do eleitorado do município (a Lei Orgânica de seu município tem essa previsão?).
O Distrito de Fernandes Belo não possui essa estrutura administrativa, muito embora a Lei Orgânica do município de Viseu contenha essa previsão legal.
Enquanto a Lei Federal não é aprovada esse poderia ser o caminho para o ordenamento político-administrativo do Distrito de Fernandes Belo, no município de Viseu.

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

RECURSOS PARA O MUNICÍPIO DE VISEU

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

VISEU E SEU ALTO ÍNDICE DE VULNERABILIDADE SOCIAL

Nota no Jornal O Liberal, edição de 02.09.2015, reporta a seguinte matéria: 
Pará diminui a vulnerabilidade social
IPEA – Estado saiu da classificação “muito alta”, mas ainda tem fragilidades.

O índice de vulnerabilidade social (IVS) recuou de 24,11% em uma década. Entre 2000 e 2010, o indicador diminuiu de 0,618 para 0,469 e o Pará deixou de ser um Estado com vulnerabilidade classificada de como “muito alta”. A melhora no quaro indica mais eficiência nos serviços públicos prestados pelo governo. O IVS mede o acesso, a ausência ou a insuficiência de recursos ou estruturas (como por exemplo, o fluxo de renda, condições adequadas de moradia, e acesso a serviços de educação) que a principio deveriam estar à disposição de todo cidadão, por força de ação do Estado.

Os números foram divulgados recentemente pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA).

Vide abaixo alguns dados sobre o IVS
Comportamento nos municípios (os extremos)

LUGAR
IVS (2000)
IVS  (2010)
VARIAÇÃO %
Aveiro
0,8
0,76
- 5
Prainha
0,81
0,74
- 8,641975309
Viseu
0,82
0,74
-9,756097561
Tucurui
0,5
0,35
- 30
Brasil
0,44
0,32
- 27,27272727
Belém
0,4
0,31
- 22,5

A quantidade de municípios brasileiros com vulnerabilidade social baixa subiu de 638 para 2.326 em dez anos, segundo a pesquisa. Os municípios com alta ou muito alta vulnerabilidade que eram 3.610 em 2000, somaram 1.981 em 2010.

Entre os municípios paraense, os menores IVS em 2010 foram observados nos municípios de Belém, Tucurui, Sapucaia; Por outro lado 91 municípios foram registrados como muito vulneráveis. Entre os mais vulneráveis estão Aveiro, Prainha e Viseu.

Essa pesquisa realizada pelo IPEA reflete uma preocupação maior, pois significa que a pelo menos 15 anos, o município de Viseu tem sido tratado como filho bastardo pelo Estado do Pará e pela União.

E o que isso significa?

Significa que há muito tempo que tanto o governo estadual como o governo federal não dedicam atenção ao nosso município.

Mas o que significa isso tudo isso?

Analisando friamente a questão, principalmente considerando os últimos dez anos, percebemos que o município de Viseu recebe somente a parte a que tem direito como preceito constitucional, ou seja, recebe aquelas verbas que lhe são devidas por uma obrigação constitucional, seja quem seja o governante.

Mas de quem é a responsabilidade maior nisso? Sabemos que um ente federativo só pode se habilitar a recursos oriundos de convênios com recursos estaduais  ou federais se apoiado em duas vertentes: 1) Precisa ter um prefeito que realmente tenha interesse em desenvolver seu município e que vá em busca desses recursos; 2) Precisa contar com efetivo apoio de parlamentares com assento nas Assembléia Legislativa e na Câmara Federal. Aliado a tudo isso o povo do município precisa estar atento para a atuação de seus representantes, aqueles que realmente detém a efetiva prerrogativa de representar o cidadão em qualquer que seja a casa.

E por que isso não acontece com maior freqüência?

Primeiro que quase nem sempre conseguimos eleger um prefeito que tenha realmente a atenção voltada para o desenvolvimento de seu município. Em segundo lugar, quando chega a hora da decisão mais importante, que é o momento de elegermos os nossos representamos, o que acontece em profusão é a grande maioria do eleitorado brasileiro “negociar seu voto”, trocando o seu direito de reivindicar por uma migalha que acaba alguns minutos depois de realizado o negócio, ou seja aquele minguado dinheirinho que recebeu para votar em alguém que ele não conhece e trocado por um mandato de quatro anos logo termina mas o mandato daquele que comprou ainda vai durar alguns anos. E o comprador só voltará a procurar o eleitor depois de quatro anos.

E o que fazer para mudar isso?

Usando um mínimo de consciência política. Votando naquele candidato que você espera que faça alguma coisa por seu município. Votando em alguém, com a liberdade do exercício do voto, para no futuro ter a capacidade de cobrar pela confiança nele depositada.

Isso é o mínimo que podemos fazer. E com certeza em um futuro próximo, vamos esperar por novas pesquisas para ver nosso município sair desse patamar de alta vulnerabilidade, mas isso nós só vamos conquistar se realmente partirmos para a implantação de uma nova forma de escolha de nossos representantes:

A ESCOLHA PELO QUE TEM COMPROMISSO COM O SEU LUGAR!


terça-feira, 1 de setembro de 2015

POR QUE EMANCIPAR O DISTRITO DE FERNANDES BELO

RENDA DE APOSENTADO SUSTENTA MUNICÍPIOS
ECONOMIA: Sete em cada dez cidades do Pará recebem mais do INSS do que FPM

Os aposentados fazem a diferença na economia do Pará. Levantamento da Previdência Social, feito com exclusividade a pedido de um jornal local, mostra que um numero expressivo de municípios do Estado do Pará recebe recursos que movimenta a economia municipal.

Em 101 dos 144 municípios, os recursos oriundos da Previdência Social são mais significativos do que os recursos do Fundo de Participação dos Municípios, verba designada pela presidência da República atendendo preceito constitucional. O Município de Viseu, no ano de 2014, recebeu de Benefícios da Previdência Social, o valor de R$ R$ 46.328.156,00 (Quarenta e seis milhões, trezentos e vinte e oito mil, cento e cinqüenta e seis reais), enquanto que os recursos do FPM somaram R$ 16.664.862,00 (Dezesseis milhões, seiscentos e sessenta e quatro mil, oitocentos e sessenta e dois reais).

É importante ressaltar que esse valor refere-se unicamente ao FPM, excetuando-se os valores como FUNDEB e outras verbas significativas de repasses constitucionais.

Considerando-se que um dos indicadores para que os repasses constitucionais sejam mensurados, chegamos a conclusão que a emancipação do distrito de Fernandes Belo, cujo município nasceria com uma população de aproximadamente 17.800 habitantes, ou seja, conta com aproximadamente 30% (Trinta por cento) da população.

Como conseqüência o novo município de Fernandes Belo receberia em FPM a importância de aproximadamente R$ 5 milhões de reais; utilizando-se o mesmo parâmetro, chegamos a conclusão que dos recursos previdenciários, valor equivalente a R$ 13,9 milhões. Ou seja, o município receberia aproximadamente R$ 18,9 milhões de reais. Isso sem contar com outras fontes de recursos

As verbas oriundas das transferências do Fundo de Participação dos Municípios seriam verbas administradas diretamente pelo município; quanto as demais verbas, pagas diretamente aos aposentados, serviria de combustível para a economia local.

Vamos pensar o que o novo município de Fernandes Belo faria com esses recursos do FPM:
Construiria mais escolas
Construiria mais postos de saúde
Construiria mais creches
Cuidaria melhor de suas estradas vicinais
Daria uma nova ênfase ao setor produtivo
Compraria mais ambulâncias.
Pagaria em dia seus servidores

Considerando os números do município de Viseu, que neste último mês de agosto de 2015, recebeu de FPM valor corresponde na R$ 1.554.562,82 (Um milhão, quinhentos e cinqüenta e quatro mil, quinhentos e sessenta e dois reais e oitenta e dois centavos), enquanto que dos recursos oriundos do FUNDEB, recebeu o valor de R$ 6.026.264,48 (Seis milhões, vinte e seis mil, duzentos e sessenta e quatro reais e quarenta e oito centavos). Confirmando-se essa paridade de um para quatro, o município de Fernandes Belo teria recebido em 2014, a importância de R$ 20 milhões de recursos para a educação.

Será que no ano de 2014 o Distrito de Fernandes Belo recebeu todo esse montante de recursos?

Quanto aos valores auferidos pelas famílias, a título de benefícios previdenciários, se esses recursos fossem recebidos na sede do município certamente que impulsionariam a economia regional, pois teríamos a circular em nossos comércios a expressiva soma de R$ 38 milhões de reais, valor esse que certamente daria uma nova dimensão para o nosso município de Fernandes Belo. Isso foram o que nossas lideranças políticas buscariam de recursos através de convênios com a esfera estadual e federal. 

Será que esse quadro serve de incentivo para lutarmos pela emancipação política do Distrito de Fernandes Belo?