segunda-feira, 25 de julho de 2022

MARGARIDA SCHIVAZAPPA: Acervo de nossa Notável Mestra encontra abrigo no Instituto Histórico e Geográfico do Pará

 

Margarida Schivazappa: A nossa mais Notável Mestra

No ano de 1995, acidentalmente, comecei uma jornada de pesquisas para conhecer um pouco mais sobre a vida e obra da professora Margarida Schivazappa.

Recordo que no ano de 1983 iniciei minha vida profissional no Banco do Brasil, tomando posse na Agência em Paragominas. Na mesma época também chegaram muitos novos colegas para o Banco. Lembro-me do Ruy, do Marco Aurélio, do Jorge, da Ita e outros cujo nomes me fogem à lembrança. Mas a personagem que vai estar presente nessa história é a ex-colega Maria Dilma Guilherme Schivazappa.

No inicio do ano de 1987, a Dilma, sabendo que eu tinha mania de viver escrevendo histórias de minhas jornadas como Fiscal Rural do Banco do Brasil, procurou-me para ajudá-la. Ela teria que participar em Belém, da solenidade de inauguração de um teatro que homenagearia sua mãe: O Teatro Margarida Schivazappa. Quem foi sua mãe, perguntei? Ela respondeu: Foi a professora Margarida Schivazappa. Confesso que eu não tinha a menor ideia de quem tinha sido a professora.

Mesmo assim rabisquei em breves palavras um breve “discurso” que ela fez uso na solenidade. Falar de uma pessoa que não se conhece não é uma tarefa fácil.

Eu mudei de Paragominas em 1989 e nunca mais tinha falado pessoalmente com a Dilma. Mas, na temporada que passei naquela cidade fiz muitos amigos. Alguns deles, o tempo conserva até hoje.

Quis a fatalidade que em um final de ano, salvo engano dezembro de 1994, um de nossos antigos companheiros de trabalho no Banco do Brasil, agência em Paragominas, o Juventino Rendeiro Botelho, foi vítima de um assalto, quando se dirigia para seu trabalho no Posto de Atendimento Bancário do BB, na Vila de Ulianópolis, então Município de Paragominas. O velório de seu corpo aconteceu aqui em Belém.

Ali reencontrei a Dilma. Tinha saído do Banco do Brasil, mas, continuava a morar em Paragominas. Conversamos bastante sobre nosso tempo em Paragominas. A certa altura puxei assunto sobre sua mãe, a professora Margarida Schivazappa. Dilma me falou sobre as muitas lembranças da Mestra. Aquela conversa me aguçou a curiosidade.

Na semana seguinte, movido pela curiosidade, procurei a biblioteca pública do CENTUR. Queria saber um pouco mais sobre o legado cultural de nossa mais Notável Mestra. Para minha decepção, não encontrei nada, a não ser um pequeno verbete na Grande Enciclopédia da Amazônia, de Carlos Roque. Ali fazia menção que a professora tinha sido bolsista da Fundação Carlos Gomes. Nada mais além.

Procurei a Fundação Carlos Gomes onde fui atendido por uma professora de canto de nome Guilhermina. A mesma me contou que a professora Margarida Sachivazappa nem possuía habilitação para ensinar canto orfeônico. Como tinha em meu poder alguns documentos que provavam o contrário, rebati aquelas insinuações. Exibi um Certificado onde um dos membros da banca examinadora tinha sido um dos maiores expoentes da musica: Maestro Heitor Vila-Lobos. Ela desculpou-se e mudou de opinião.

Título de Habilitação
Certificado Consevatório Nacional de Canto Orfeonico

Procurei em outras bibliotecas, sem sucesso. Fui ao Teatro Margarida Schivazappa. Mais uma decepção. Ali encontrei apenas uma folha manuscrita, com algumas informações curriculares da professora.

Na missa de 30 dias de falecimento de nosso colega Juventino, reencontrei a Dilma. Falei sobre o fato de não ter encontrado nada sobre a memória cultural de sua mãe.  Foi quando ela me falou que guardava alguns documentos em sua casa em Belém. Autorizou-me a ir buscar aqueles documentos. Para minha surpresa, dentre os documentos, até sua Certidão de Nascimento, provando que Margarida Schivazappa, apesar do nome rebuscado, é paraense, nascida em Belém, no dia 10 de novembro de 1895. Uma verdadeira papa-Chibé. 

Certidão de Nascimento original 

Com as pistas, comecei a procurar algumas pessoas em Belém. Muitos contribuíram me fazendo a doação de documentos que passaram a compor um considerável acervo sobre a vida e obra da professora Margarida Schivazappa.

Debrucei-me sobre aqueles documentos. Com o acervo debaixo do braço procurei as autoridades culturais do Estado. Só decepção. A pesquisa estava pronta. Teve autoridade que chegou a pedir-me os documentos para entregar para um escritor de nome. Eu teria a participação na obra como assistente de pesquisa. Piada de mau gosto!

Alguns anos depois, encontrei no professor Carlos Correia Santos, a oportunidade que esperava. Apresentou-me ao presidente e a Diretora Cultural da Fundação Tancredo Neves. Nilson Chaves e Lucinha Bastos, respectivamente. Desse encontro, primeiro nasceu a peça teatral Acorde Margarida, de autoria de Carlos Corria, totalmente inspirada na minha obra, que naquela oportunidade já tinha título: MARGARIDA SCHIVAZAPPA – A Primeira Dama do Teatro Paraense.

Com Carlos Correia Santos e atores da peça Acorde Margarida, 
inspirada no livro MARGARIDA SCHIVAZAPPA - A Primeira Dama do Teatro Paraense

       O presidente do CENTUR manifestou vivo interesse pelo acervo e pela pesquisa. Cheguei a celebrar um convênio para a produção da obra. Seria uma obra para colocar de vez nos anais da cultura de nosso Estado o legado cultura de nossa Notável Mestra.

Infelizmente o projeto não foi concluído por falta de recursos, disse Nilson Chaves. Mas, o presidente que se tornou meu amigo, falou-me que aquela obra seria editada. No ano de 2015, finalmente, a obra ganhou vida, com o apoio do Nilson Chaves. Seu lançamento aconteceu na Feira da Literatura Paraense – FliPA, edição daquele ano.

FliPA 2015 - Com Cristina Quadros, no lançamento do livro 
MARGARIDA SCHIVAZAPPA - A Primeira Dama do Teatro Paraense

FliPA 2015 - Com escritores paraenses

Por várias ocasiões procurei a SECULT, o CENTUR, buscando garantir um local para guardar e conservar o acervo. Nenhum deles manifestou interesse. No ano passado conheci o professor Walbert Monteiro. Imortal da Academia Paraense de Letras, membro do Instituto Histórico e Geográfico do Pará. A seu convite comecei a participar de alguns eventos na APL e no IHGP. Daí surgiu a ideia de doar para o Instituto o acervo.

A professora Anaiza Vergolino e Silva, atual presidente do IHGP ao conhecer o acervo, manifestou vivo interesse em ter no Instituto o acervo que está em minhas mãos.

No dia 22 de agosto do corrente ano, em Sessão Especial, os documentos serão solenemente repassados para o Instituto Histórico e Geográfico  do Pará - IHGP,  para guarda, conservação e disponibilização pra pesquisas para o mundo acadêmico e público em  geral.

Será meu melhor presente. Nesse dia 22/08, comemoro meu aniversário de nascimento. Estarei completando 70 anos.

A vida não poderia me dar melhor presente!

 

Nota: As imagens pertencem ao acervo do autor


sexta-feira, 22 de julho de 2022

GENTE DA MELHOR QUALIDADE: Amizades que o tempo conserva

 

Com o dr. Lucidio e Talaia, dois amigos que o tempo conserva

No ano de 1983 cheguei a Paragominas para trabalhar no Banco do Brasil. Ali fiz muitos amigos. Alguns daqueles amigos o tempo conservou até hoje. No ano passado, em uma de minhas muitas idas à Brasília, tive a oportunidade de almoçar com os amigos Everaldo e Rosinha. Encontrei também o Aguinaldo, o Motorzinho, irmão do Everaldo, que foi funcionário da agência do BB m Paragominas. Aliás, não cheguei a trabalhar com ele. Mas, o conhecia desde Belém. Morávamos no mesmo bairro. Conheci primeiro sua irmã Vanja, que foi minha contemporânea no Movimento Jovem da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, no bairro da Cidade Velha.

Por sinal, anos atrás, realizamos encontros para lembrar aqueles tempos. Um no Condomínio Alphaville, em Belém, sendo recepcionados pela colega Cristina e o outro na Assembleia Paraense. Foram dois momentos impares.

Confraternização amigos do BB Paragominas: Que turma boa!
Homenagem aos amigos Altair e Célia que foram chamados pelo Criador 

Uma de minhas grandes recordação remonta aos jogos de futebol que sempre aconteciam aos finais de semana. Costumávamos jogar na AABB, No Bancrevea e no campo do Parque de Exposições da Associação Rural de Paragominas.

O futebol o Parque de Exposições era privativo para os fazendeiros, os “poderosos” e alguns convidados. Do Banco do Brasil apenas o Paulo Eldo, o Altair, marido da colega Graça Quadros e eu. Do INCRA, tinha o Talaia

Ali também construí grandes amizades. Uma delas com o dr. João Lucídio. Lembro que ele, além de amigo, era também, o nosso médico.

Mas a lembrança que tenho do Lucídio era do esporte. Jogávamos no Clube dos Nove, o clube do “poderosos” da cidade. De alguns ainda lembro dos nomes: Evandro Moreira, Arnaldo Betzel, Laurentino, Fausto Eller, Tião Piriá, eram presença constante aos sábados à tarde naquela prática de esportes.

Sai de Paragominas nos final do ano de 1999. Nesse intervalo apenas uma vez retornei a Paragominas, a convite do amigo Riberto Nagibão, para uma reunião lá no Nagibão. Foi uma viagem rápida.

A convite dos amigos da CAIP retornei a Paragominas. Nesta ultima terça feira tive a oportunidade de rever um amigo daquela época: O dr. João Lucídio Lobato Paes, agora investido na autoridade de prefeito do Município de Paragominas. Foi um breve encontro mas que serviu para deixar bem evidente que boas amizades o tempo conserva. Foi um encontro de respeito mútuo. Fiquei muito contente pela forma gentil e respeitosa como fui recebido pelo prefeito de Paragominas. Outro personagem daquela época que encontrei, que também era nosso companheiro do futebol, foi o Talaia, do INCRA, que hoje atua na área do esporte na prefeitura do Município. 

A cidade de Paragominas de hoje é muito diferente da Paragominas dos anos 80. Naquele tempo era conhecida como Paragobala. Hoje, fruto das grandes mudanças que vem enfrentando nos últimos anos, faz jus ao titulo de “Paragobela”. Para quem estava há mais de trinta anos sem visitar aquela cidade, foi um choque rever aquele novo cenário.

Como fui convidado por lideranças da Região do CAIP para ajuda-los na organização do processo de emancipação daquela localidade, deverei voltar mais vezes à Paragominas.

 Para mim será um prazer renovado voltar mais vezes a Paragominas, cidade onde vivi bons anos de minha vida. Pode ser até um recomeço de vida!

 

CRIAÇÃO DE MUNICÍPIOS NO ESTADO DO PARÁ: CAIP uma região do Município de Paragominas que pede passagem

 

Primeira reunião do grupo de reorganização dos trabalhos para emancipação da CAIP

A convite de lideranças comunitárias da CAIP, no Município de Paragominas, que têm interesse em trabalhar o processo de emancipação político-administrativa daquela localidade, iniciamos uma visita para melhor conhecer a região. O processo de emancipação de uma localidade, só trás benefícios para a região.

Recordo-me que anos atrás, em uma das muitas viagens de representantes de Distritos paraenses a Brasília, o então vereador de Paragominas, Pixilinga, acompanhou a delegação que esteve na Câmara dos Deputados para acompanhar uma sessão de votação do Projeto de Lei PLP 137/2015, que tramita naquela Casa Parlamentar. Naquela oportunidade também tivemos a companhia do vereador Roberto Nagibão, que defende a emancipação do Nagibão, em Paragominas.

Atualmente, acompanhando o movimento de Distritos paraenses que vem avançando no processo de criação de Municípios no Estado do Pará, um grupo de lideranças comunitárias da CAIP voltou a se reorganizar para retomar os trabalhos visando a emancipação da CAIP: Pixilinga, Santa Helena, Joaquim, Baiano, Micânio, são alguns desses comunitários que encabeçam esse trabalho.

Mas, é importante ressaltar que nesse processo cabe todo mundo, independente da preferencia política. A bandeira de luta deve ser uma só: A BANDEIRA DA EMANCIPAÇÃO.

Foram reuniões com a comunidade, com entes políticos, que serviram para orientar o trabalho no sentido de dar seguimento a esse projeto. As reuniões foram muito produtivas, pois, ao fim, sentimos que o interesse é real na comunidade. Sentimos também que esse processo pode contar com todo o apoio da administração do Município.

CAIP: Primeira reunião com a comunidade

Paragominas: Reunião com o vice-prefeita Vera
Com a vice-prefeita e Bruno, Pixilinga, Santa Helene e Edinho

A primeira reunião aconteceu na semana passada com as lideranças comunitárias do CAIP. Em seguida fizemos uma pequena reunião com a comunidade. Após essas reuniões iniciamos uma série de visitas a algumas localidades da região da CAIP.

Na terça feira, 19/07, teríamos uma reunião com o prefeito de Paragominas. Essa reunião não aconteceu devido a presença na cidade da deputada federal Elcione Barbalho, para a qual fomos convidados. Foi um reunião cheia de revelações. Nessa reunião ficamos sabendo dos trabalhos que a deputada já realizou na CAIP. A deputada comprometeu-se a colaborar com processo de emancipação da região. A reunião com o prefeito não aconteceu, sendo marcada para o dia seguinte. O prefeito Lucídio comprometeu-se a ir tomar o café da manhã na CAIP.

Reunião na SEINFRA-Paragominas:
Com a deputada Elcione Barbalho, Santa Helena e Pixilinga

Na quarta feira, 20/07, como combinado o prefeito compareceu para o café da manhã programado. Foi um encontro muito produtivo. O prefeito manifestou seu total apoio a iniciativa das lideranças da CAIP.

CAIP: Com Pixilinga e o Prefeito Lucídio no café da Manhã

Este é o momento que as lideranças da região do CAIP devem se unir para trabalhar com vistas a realização do Estudo de Viabilidade Municipal – EVM, da Região que pretendem emancipar.

O EVM é um documento é o ponto de partida para o efetivo inicio da análise do pedido pela Comissão Administrativa do Estado e Assuntos Municipais da Assembleia Legislativa – CDAEAM, órgão que trata dessa questão.

O Pedido de emancipação se inicia com a apresentação um requerimento com baixo assinado contendo no mínimo 100 (cem) assinaturas solicitando a abertura do processo (já juntados no processo). O pedido deve ser instruído com a apresentação Mapa e Memorial Descritivo georeferenciado da área que se pretende emancipar, uma exigência da Lei Complementar nº 074/2010.

Aqui no Estado do Pará já contamos com 10 (dez) plebiscitos autorizados: Rio Preto dos Carajás, Paraguatins e Brejo do Meio (Marabá), Ladeira Vermelha, Taboca, Gleba Sudoeste (São Félix do Xingu), Fernandes Belo (Viseu), Vitória da Conquista dos Carajás e Monte Dourado (Almeirim).

Outros 09 (nove) estão com os resumos dos Estudos de Viabilidade Municipal Publicados no Diário Oficial do Estado e aguardam a votação dos Decretos Legislativos que autorizam a realização das Consultas Plebiscitárias: Cajazeiras e Cruzeiro do Sul (Itupiranga), Santa Fé do Rio Preto (Marabá), Lindoeste (São Félix do Xingu), Maracajá (Novo Repartimento), Casa de Tábua (Santa Maria das Barreiras), Icoaraci (Belém) e Bela Vista do Caracol (Trairão).

Existem outros Distritos que se organizam para realizarem seus Estudos de Viabilidade Municipal.

Atualmente faço parte de um grupo que trabalha processos de criação de municípios no Estado do Pará e no Brasil. Nesse movimento represento o Distrito de Fernandes Belo, no Município de Viseu, Região Nordeste do Pará. Aqui no Estado do Pará somos reunidos em uma federação de associações emancipalistas, a FADDEPA.

Mercê do trabalho que desenvolvemos a frente de nosso Distrito de Fernandes Belo, quando criamos a FADDEPA, fui honrado com a missão de presidir a federação. Nosso trabalho aqui no Estado do Pará tornou-se referencia nacional. Quando criamos a Confederação Nacional, mais uma vez fui honrado com a confiança dos companheiros de outros Estados para presidir a CONFEAB.

IMAGENS DAS REUNIÕES