Neste último final de semana passe recolhido na localidade
de Vila do Caripi, município de Igarapé Açu. Sem internet (não recebemos o
sinal na localidade), sem televisão (há alguns dias atrás o ladrão levou e
resolvemos não levar outra no momento – só depois das férias). Sem ter muito
que fazer, comecei a pensar na vida. Só leituras de jornais e revistas. Um artigo do professor Gaudêncio Torquato. Esse
artigo, com o título: Construir ou desconstruir a pátria. É um texto longo. Transcrevê-lo seria um pouco
cansativo. Mas me sugeriu um reflexão. Essa reflexão compartilho com os amigos.
Afinal, nova eleição se avizinha. Se não for logo para um mandato tampão (o que
pouco acredito), será no ano vindouro.
Fico na expectativa de como nosso eleitorado brasileiro vai
se comportar depois desse vendaval que atingiu o País de Norte a Sul. O panorama
envolve os três poderes constituídos em nossa República: Executivo, Legislativo
e Judiciário. E não existe nenhuma esfera que se possa dizer que esteja livre
dessa chaga: União, Estado Município. Para o lado que se olhe ali encontraremos
esse câncer social. Logo teremos eleições.
Quando uma república
se corrompe, segundo Montesquieu, não se pode remediar nenhum dos males que
nascem a não ser eliminando a corrupção e voltando aos princípios. Como
combater a corrupção sem eliminar corruptos? Eis o dilema.
A limpeza deve ser geral. A começar pelo poder executivo,
cujas atitudes devem guiar-se pela idéia de um projeto longo para o País, com
escala de prioridades e abolição de casuísmos, gastos perdulários
(superfaturamentos), cooptação ilícita de apoios (mensalões) e partidarização
do Estado (Estado é Estado e partido político é partido político).
O corpo parlamentar (senadores, deputados federais e
estaduais e vereadores) há de aceitar a concepção de que o mandato pertence ao
povo. O representante é um fiduciário que defende interesses gerais e não
particulares, e que tem deveres e direitos, dentre os ganhos o ganho pelo seu
trabalho (apenas). E não o desleixo e a locupletação quando falta ao serviço ou
quando usa o seu serviço para outros ganhos (sic) pouco republicamos.
Os quadros do judiciário hão de lembrar que “os juízes devem
ser mais reverendos que aclamados e mais circunspectos que audaciosos”. Elegendo integridade como virtude, como
ressalta Bacon. Se os Poderes cumprirem as funções que lhe são atinentes, o
País avançara, o Estado avançará, o município avançará.
As leis serão obedecidas e as instituições serão
respeitadas, como devem ser. A cidadania ampliará seus foros. E as sombras que
escondem perfis de caráter maculado refluirão sob o sol de um tempo mais claro
e menos corrosivo. Teríamos mais empregos, escolas de melhor qualidade,
hospitais e medicamentos para tratar com mais eficiência da saúde do povo, menos
violência pelas ruas.
Partidos e candidatos limpos. E disso que precisamos. Campanhas
mais éticas e menos extravagantes. Eleições limpas. A fé voltaria a brotar nos
corações.
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