terça-feira, 20 de agosto de 2013

VAMOS MUDAR O RETRATO POLÍTICO DO BRASIL?



Por que esperar o amanhã?
Como as administrações municipais estão tratando sua região? Estão abandonados? Se estendermos esse mesmo pensamento para as demais regiões do município, excetuando o atendimento de questão minimamente elementares (pagamento de salário em dia não é  excepcionalidade, para isso recebe os recursos religiosamente em dia), nada acontece de diferente nesse horizonte. Olhando bem a indignação é oportuna: quais as perspectivas que se apresentam ao nosso município no curto e médio prazos? Perguntinha complexa essa não? A reação  começa a ganhar corpo.
Pois é, as características do ciclo que se abre no País sinalizam perspectivas nada animadoras para os atores individuais, os detentores de mandados e os administradores públicos em geral, que enfrentarão um eleitor mais crítico, consciente de seus direitos, mas ainda em fase embrionária de consciência de seus deveres. E a resposta para essa questão esbarra na lógica de prever os horizontes dos próximos tempos, mesmo que fique patente o uso de novas atitudes como tinta para colorir a mais embrulhada atuação (e isso vem com maior intensidade).
Já na esfera dos costumes e das práticas políticas, as perspectivas contrariam o pessimismo de alguns. São promissoras. Estacas morais estão sendo cravadas no solo esburacado da política pelos braços dos movimentos que tomam as ruas das cidades em todos os quadrantes nacionais. Nosso País vem assistindo o clamor da sociedade, que brota de todos os cantos. Vai me surpreender agradavelmente se a sociedade for para as ruas fazer sua parte nesse novo cenário social. Chega de esmolas! Queremos nossos direitos! Essa é o grito que gostaria de ouvir nas ruas. Há muito venho pregando essa forma de atitude.
A nova ordem que se esboça passa a abrigar um alentado acervo de princípios de valores quer mais cedo ou mais tarde, balizarão as imprescindíveis reformas no edifício político, a começar pelo alargamento dos tijolos da racionalidade.
Como é sabido, a maioria do eleitorado habitou por décadas a base da pirâmide social, constituindo em razão de precárias condições de vida, massa de manobra dos quadros políticos. Seu processo decisório se ancora na emoção, que transparece em votos de agradecimento por benesses e favores recebidos, no auxílio esporádico que os políticos em evidencia pulverizam a torto e a direito, usando migalhas do poder como forma de cooptação. Essa obsoleta modelagem está com os dias contados.
É evidente que a absorção desses valores não se dá de maneira imediata, mas é fato que critérios racionais começam a substituir os emotivos no processo de escolha de representantes e monitoramento de governantes. Esperamos que esse sentimento se concentre, principalmente, no espírito de nossa juventude, a grande esperança desse País.
A crítica social, que atinge o mais alto grau da contemporaneidade, é fruto da consciência crescente sobre o papel do Estado (aqui entenda-se também município), a missão dos homens públicos e os direitos da cidadania. Hoje nada parece escapar aos olhos de grupos e multidões, que não faz muito tempo agiam como massas sem forma, sem capacidade de agir e interagir com os atores do palco institucional.
Hoje as ruas são ocupadas por grupos e categorias profissionais contidas em seus limites, defendendo interesses corporativos, diferenciando-se pela especialização. Bem diferentes das assas abertas do passado. A racionalidade, por sua vez, implica compromisso com a verdade, descortinando uma geração de perfis políticos desprovidos de lantejoulas e brilhos. A autoglorificação, que fundamenta o marketing das performances pessoais e ocupa praticamente todos os espaços das mídias eleitorais, deverá ser doravante recebida com apupos por ouvintes de todas as classes. Em contraponto, ganharão destaques debates no campo das idéias proporcionando condições de enxergar as diferenças de estilo entre atuais representantes e futuros competidores.
O plano da semântica suplantara o terreno da estética, no fluxo das correntes de opinião que despejam torrentes de informação pela gigantesca rede social. Na onda da efervescência social, cujo adensamento se localiza origem nos mais diferentes grupos sociais a atestar a multiplicação de novos pólos de poder e irradiação de influencia. A sociedade passa a tomar consciência de seus mais legítimos direitos e por isso corre para as ruas para reivindicá-los. Chega de esmolas, gritam os grupos. Queremos direitos, não esmolas!
Por isso, os Poderes da República – Executivo, Legislativo e Judiciário -, terão de conviver com as forças centrípetas, sendo razoável imaginar quer o movimento das margens em direção ao centro acabará reforçando o instrumental a serviço da democracia direta: consulta popular, plebiscito e referendo. Sob essa perspectiva, também é razoável prever mais agilidade nos processos de adesão a projetos de iniciativa popular, tendo como correia de transmissão a bateria de meios as redes sociais.
Dito isto, cabe perguntar: como reagirão nossos governantes e representantes a esse ordenamento? O poder público está pasmo. Atores contemplam a platéia sem saber se receberão aplausos ou vaias ao fim da peça. Treinam atitudes recatadas, temem enfrentar auditórios lotados, eliminam desfiles exuberantes. Afinal começam a tomar consciência de que a sociedade não quer só pão e circo. Quer direitos!
Os governantes, passada a onda inicial do movimento da sociedade, tentam voltar aos braços do povo. E produzir uma agenda positiva, recheadas de ações capazes de reconquistar contingentes indignados.
O fato é que o dique de contenção das pressões sociais foi rompido. Que os nossos governantes possam apresentar perspectivas mais animadoras, pois o que temos visto até aqui não anima a platéia para aplaudir os atores em ação. O tempo se aproxima de um momento de decisão. Refletir sobre o que queremos para o nosso futuro é primordial. Devemos acompanhar o movimento emergente ou vamos continuar de braços cruzados achando que a esmola que recebemos é suficiente para assegurar o futuro de nosso município. Se quisermos fazer  parte da história como atores principais ou como coadjuvantes; ou pior ainda, como meros figurantes.
Por exemplo: recentemente tivemos eleições municipais; elegemos e/ou reelegemos prefeitos e operamos sensível mudança nas Câmaras Municipais. Mais uma perguntinha impertinente: Teu prefeito e teus vereadores: Eles estão te representando? Aqueles a quem você deu seu voto está te representando? Está. Então parabéns! Ah! Não está? Então vem pra rua... vamos colocar essa turma pra trabalhar. Façamos como o restante de nosso País; façamos com que nossos governantes ouçam nossa voz.. ouçam nossa insatisfação.
Esse é o momento de decisão: Ou vamos para as ruas reivindicar nossos direitos, discutir nossos problemas, ou senhores de nossos destinos (prefeitos, vereadores, secretários, etc.)  vão continuar a acreditar que tudo está na mais perfeita ordem. E isso com certeza não está!

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