Amanhã,
29/11, às 14 horas, no Auditório João Batista, da Assembleia Legislativa,
acontecerá o II Encontro de Líderes Emancipalistas do Estado do Pará. No evento
as mais importantes lideranças emancipalistas paraenses vão discutir sobre a
viabilidade da realização de Plebiscitos, perguntando às comunidades se querem
a emancipação político-administrativa de seus distritos.
A
questão que envolve a criação de municípios no Brasil é um dos temos de maior
relevância, pois desde a edição da EC 15/96, de autoria de deputado Cesar
Bandeira/MA, os Estados brasileiros estão impedidos de promover o reordenamento
de seu território.
No
Estado do Pará temos alguns absurdos: distritos como Icoaraci, no município de
Belém com grande população e Castelo dos Sonhos, no município de Altamira, que
fica a uma distancia de quase 1.000 km da cidade sede. São exemplos
emblemáticos dessa problemática.
Insensível
a isso, os parlamento brasileiro teima em não regulamentar o parágrafo 4º, do artigo
18, de nossa Constituição Federal, que regulamenta a criação de municípios no
Brasil. E, com isso, a população dos distritos emancipáveis sofrem devido ao
abandono a que são relegados pela administração central do município.
A
carência se revela em todos os sentidos. Em nosso estado encontramos distritos,
que com sua população são responsáveis por grande parte dos recursos
constitucionais recebidos, uma vez que esses recursos são calculados tendo como
referencia um índice per capta, ou seja, é calculado em função do seu povo.
Recentemente
o Distrito de Extrema de Rondônia, no Estado de Rondônia, realizou Consulta
Plebiscitária, perguntando ao seu povo se queria se desmembrar da capital. O
povo em sua maioria disse sim.
E
não pensem que foi fácil. Encontro resistência do Ministério Público Eleitoral.
O TSE, ao analisar o RESPE 28.560, decidiu favoravelmente à realização do
plebiscito, por não vislumbrar no ato nenhum conflito com o ordenamento
jurídico pátrio.
Desse
modo, os Emancipalistas paraenses, nesse encontro, vão avaliar sobre a
viabilidade da realização dessas consultas plebiscitárias. Embasamento jurídico
para a pretensão existe oriunda da decisão de um Tribunal Superior.
Pessoas
com pouco conhecimento do assunto referem-se à criação de municípios com apenas
um argumento. Com que renda esse novo município vai manter-se? Quando falávamos
em renda de município, o eterno e saudoso deputado Nicías Ribeiro, a maior
autoridade sobre o tema em nosso Estado, que recentemente nos deixou, dizia o
seguinte: “Renda de município é seu povo!”. Tem população tem receita. Isso é
uma das maiores verdades encerradas nessa questão.
A
Federação das Associações de Desenvolvimento Distrital e Emancipalistas do
Estado do Pará – FADDEPA apoia integralmente a iniciativa e promove a discussão
desse tema. Esperamos que a decisão tomada nesse encontro sirva de incentivo
para os demais Estados brasileiros trilharem o mesmo caminho.
As
lideranças emancipalistas do Brasil precisam mostrar ao parlamento brasileiro a
necessidade da regulamentação da matéria que regula a criação de municípios no
Brasil. Regulamentação já! É o que pedem os emancipalistas do Estado do Pará.
O
distrito de Extrema de Rondônia não deve ficar sozinho.
Emancipalistas
paraenses, então, vamos pra luta!
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