Ano de 2017: III Encontro Nacional - Seminário Regulamentação de novos Municípios Líderes do movimento reunidos na Câmara dos Deputados |
Eliane Catanhede
A queda de braço entre o
presidente Lula e o presidente da Câmara, Arthur Lira, que ganha novos
contornos e novos personagens, começa a preocupar, principalmente a área
econômica do governo. Afinal Lira quer Ministérios para o Centrão e eleger seu
sucessor no cargo e Lula tem que garantir margem sólida de apoio no Congresso
e, neste momento, a âncora fiscal na Câmara.
Os dois adoram testar
forças, estão armados até os dentes, sabem usar essas armas e não terão
pruridos em disparar um contra o outro; Lira e Lula, Governo e Câmara. Essa
brincadeira ou guerra, pode ter alto custo para ambos, e não só agora, também
depois, depois e depois. Os precedentes são muitos, Dilma Rousseff e Eduardo
Cunha que o digam.
Um encontro entre Lula e
Lira vem sendo empurrado com a barriga. Desde julho, no recesso. Todo dia é
anunciado para o dia seguinte, mas é “adiado”, como nesta quinta feira, 3/8,
quano os dois se encontraram na posse de Celso Sabino no Turismo e de Cristiano
Zanin no Supremo, mas as conversas a dois, prevista para amanhã, no Planalto,
simplesmente não existiu.
Segundo Lira, Lula “está no
tempo dele” (Para jogar o PP de Lira e o Republicanos do Governador Tarcísio
Gomes de Freitas dentro do governo). Em contrapartida, pode-se dizer que Lira
também “está no tempo dele” pra pautar a âncora fiscal. Na própria quinta-feira,
ele descartou incluir o projeto na pauta, “por falta de consenso”.
O principal temor da área
econômica, como admitiu a Ministra Simone Tebet (Planejamento) numa conversa no seu gabinete,
é que a Câmara altere um ponto chave do projeto de âncora fiscal aprovado no Senado:
o prazo para o cálculo da inflação para o orçamento do próximo ano.
O projeto original do
governo previa a inflação de janeiro a junho, com projeção de iuma média até
dezembro de 2023. A Câmara mudou para uma inflação de junho de 2022 a junho
deste ano. O Senado voltou a proposta governista. Agora a Câmara está com a
faca e o queijo na mão para impor sua vontade. Leia-se: com a faca no pescoço
de Lula.
A diferença entrte os dois
prazo pode tirar em torno de R$ 30 bilhões do orçamento de 2024. Em vez dos R$ 128
bilhões com que Tebet e Fernando Hadad (Fazenda) trabalham o governo teria R$
98 bilhões para seus compromissos.
Além da perda, que é o
fundamental, há um aspecto prático: Tebet
já rodou a Esplanada dos Ministérios, colhendo as prioridades de cada
área. Já imaginaram a crise para rever tudo, tirar daqui e por ali? Agora é
esperar para ver “o tempo”, a teimosia e a força de Lira e Lula.
CATANHEDE, Eliane. Questão de “tempo”. Jornal O
LIBERAL. Belém. 04.08.2023. Caderno Cidades. Seção Atualidades. Pág. 2.
OPINIÃO
Fazendo uma breve reflexão
sobre o panorama político do país, percebemos um embate entre dois dos mais
poderosos caciques da política nacional, representantes dos poderes Executivo e
Legislativo: Presidente da República e Presidente da Câmara dos Deputados.
A luta pelo domínio do
espaço político significa a conquista não apenas de espaço político. Existem no
meio dessa disputa alguns bilhões de reais. A forma e o modo como essa disputa
vai se desenrolar é uma incógnita. De uma coisa sabemos: ambos têm muita munição
para disparar. Como diz a jornalista: “ambos
não terão prurido de usar”.
No meio dessa contenda olho
para nosso projeto que prevê a regulamentação do §
4º, do artigo 18 da Constituição Federal, que trata da criação, fusão, incorporação
e desmembramento de Municípios no Brasil e penso: Como será nossa conversa com
o parlamento brasileiro?
1.
Chegaremos lá fazendo “barulho” para colocarem nosso projeto em pauta;
2.
Temos “força” para isso?
3.
Quais são as armas que dispomos?
4.
Serão elas suficientes para levar nosso projeto para pauta?
5.
Haverá consenso?
6.
E os 40% de parlamentares em primeiro mandato vão aceitar votar o
projeto sem um debate?
Antes de fazer isso vamos
refletir sobre outros pontos:
1.
Quais as razões de estarmos há mais de um quarto de século tentando
aprovar essa matéria?
2.
Porque não conseguimos a sanção dos Projetos de Lei aprovados em tempos
mais recentes (PLP 98/2002 e PLP 104/2014)?
3.
Como desmistificar aquela ideia de que criar mais municípios é criar
mais “cabide de emprego”, criar mais “corrupção”, provocar um aumento excessivo
de despesa?
4.
Como poderíamos definir nossa base de apoio na Câmara e no Senado
Federal?
5.
Estamos preparados para debater com o parlamento brasileiro?
6.
Quem vai conduzir as negociações com as instituições envolvidas no
processo?
Em conversas recentes com alguns deputados percebemos duas coisas de fundamental importância:
1ª. O projeto é rejeitado por um expressivo número de deputados; e
2ª. O clima pouco
propício para levar este projeto para pauta neste momento.
Então o que nos resta fazer?
Na minha opinião, o mais sensato seria procurar através dessa FRENTE PARLAMENTAR MISTA EM APOIO À
EMANCIPÇÃO DE DISTRITOS NO BRASIL levar esse projeto para debate, por meio
de Audiências Públicas, Seminários, como forma de fortalecer nossa proposta de
regulamentação da matéria para levar para plenário com um mínimo de margem de
segurança.
Precisamos fazer isso usando as armas que possuímos. As armas que seriam necessárias para conseguir a aprovação (recursos para fazer uma grande campanha institucional ou um forte apoio político), nós não temos.
ANTONIO PANTOJA é Bacharel em Ciências
Econômicas, Acadêmico de Direito e presidente da Confederação das Federações
Emancipacionistas e Anexionistas do Brasil - CONFEAB
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