segunda-feira, 27 de agosto de 2012

ELEIÇÕES 2012 EM VISEU: Candidatura do PMDB - Pra enganar a nossa gente


A Lei da Ficha Limpa tem tudo para mudar a realidade política, afastando do processo eleitoral candidatos reconhecidamente de “Ficha Suja, uma vez que a Lei Complementar 135/2010 que altera a Lei Complementar nº 64, de 18 de maio de 1990, e que estabelece, de acordo com o art. 14, § 9º da Constituição Federal, casos de inelegibilidade, prazos de cessação e determina outras providências, para incluir hipóteses de inelegibilidade que visam proteger a probidade administrativa e a moralidade no exercício do mandato, não resta a menor dúvida que o processo eleitoral 2012 tem tudo para iniciar o processo de  mudança no cenário político brasileiro.

Em sessão que adentrou pela madrugada desta sexta-feira (24/08), o Tribunal Regional Eleitoral do Pará (TRE-PA) cumpriu o prazo de julgamento dos recursos de registro de candidatura das Eleições 2012 no Estado, nos termos da resolução 23.341 do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Segundo a Secretaria Judiciária, 940 recursos eleitorais foram autuados pelo Tribunal.

Os juízes membros julgaram todos os 940 recursos, inclusive em sessões extraordinárias realizadas quarta-feira (15), sábado (18), segunda-feira (20) e quarta-feira (22). Ressalte-se que o TRE-PA conta atualmente com apenas 05 (cinco) Juízes Membros, já incluindo o Presidente, uma vez que ainda não foram escolhidos pelo Executivo Federal os dois Juristas desta Corte. De acordo com o presidente do TRE-PA, Desembargador Ricardo Ferreira Nunes, os principais recursos sobre pedidos de registros foram de rejeição de contas públicas, fundados na Lei da Ficha Limpa, documentação de candidatura incompleta, ausência de quitação eleitoral, ausência de filiação partidária, analfabetismo, dentre outros.

"Agradeço o esforço, o desempenho e a dedicação dos Juízes desta Corte que conseguiram julgar os recursos em tempo hábil; aliado à atuação serena e competente do Ministério Público Eleitoral (MPE). Essa conjugação de esforços foi de fundamental importância para o sucesso dos julgamentos. Destaco ainda a dedicação, a abnegação, o compromisso de todos os servidores envolvidos nesse evento. Foi um grande trabalho em equipe", ressaltou o presidente do TRE-PA, Ricardo Nunes.

No Estado do Pará, a corte da Justiça Eleitoral é constituída pelos desembargadores Ricardo Ferreira Nunes e Leonardo de Noronha Tavares, pelas juízas de direito Ezilda Pastana Mutran e Eva do Amaral Coêlho, pelo juiz federal Daniel Santos Rocha Sobral e pelo procurador regional eleitoral, Igor Nery Figueiredo.

Dentre esses recursos julgados encontrava-se o recurso interposto pela candidata do PMDB, Astrid Maria da Cunha e Silva, da coligação “Cuidando de nossa gente”, composta pelos partidos PMDB, PSB e PMN, que pretende disputar o cargo de chefe do executivo do município de Viseu.

Astrid Cunha teve o registro de sua candidatura indeferido por sentença de lavra do Dr. Lauro Alexandrino Santos, da 14ª Zona Eleitoral, Comarca de Viseu, Estado do Pará, ao julgar o processo de nº 104-34.2012.6.14.0014. Inconformada com a decisão, a candidata apresentou Recurso Especial Nº 10434, julgado por unanimidade improcedente pela TRE, que manteve dessa forma a sentença proferida pelo MM Juiz de Viseu.

É relevante considerarmos que a Justiça Eleitoral, em entendimento retilíneo, pelo Brasil afora, vem julgando de maneira uniforme todos os recursos contestando indeferimento de pedidos de registros de candidatura propostos por candidatos declaradamente integrantes do rol de “Fichas Sujas”. O caso da candidata do PMDB de Viseu não foge à regra. Inscrita em todos os tribunais de contas do País, a Dra. Astrid Cunha teve julgadas e reprovadas pelos Tribunal de Contas do Município – TCM e Tribunal de Contas do Estado, no Pará e também teve contas rejeitadas pelo Tribunal de Contas da União. Isso sem contar que teve suas contas também reprovadas pela Câmara Municipal de Viseu.

Normalmente, qualquer pessoa sensata, numa situação dessas, já teria desistido do processo e “jogado a toalha”. Mas, parece, que isso não faz parte dos planos da candidata do PMDB, nem de sua turma política. Sustentam junto ao seu pequeno eleitorado, que a candidata vem sendo alvo de “perseguição política”, movida pelo ex-deputado federal Anivaldo Vale, pai da atual prefeito de Viseu. Anivaldo Vale já foi “padrinho”, tanto da candidata Dra. Astrid Cunha, como do ex-prefeito Engenheiro Alfredo Amin, ambos, ontem inimigos mortais, hoje aliados no projeto para reconquistar o poder de administrar o município de Viseu. Apega-se a candidata a mesma estratégia utilizada pelo ex-governador de Brasília, Joaquim Roriz, que teve sua candidatura indeferida e lançou como candidata do Partido Social Cristão – PSC, sua esposa Weslian Roriz para disputar o cargo de governadora do Distrito Federal, nas recentes eleições gerais de 2010. Entenda melhor o caso sabendo como aconteceu essa substituição:

“O EFEITO RORIZ: O ex-governador Joaquim Roriz (PSC) desistiu de concorrer ao Governo do Distrito Federal e lançou, em seu lugar, a candidatura de sua esposa, Weslian Roriz, também filiada ao Partido Social Cristão. O candidato à vice-governadoria continua Jofran Frejat (PR).

Segundo Jofran Frejat, a decisão de trocar os candidatos foi unânime entre os familiares e coordenadores de campanha de Roriz. O candidato a vice destacou, ainda, que nenhum outro nome chegou a ser cogitado para tomar o lugar do ex-governador na cabeça da chapa. “É preferível manter o nome Roriz na disputa”. Para ele, a coligação não ficará desfigurada com a escolha, ao contrário, ficará mais organizada “já que o STF decidiu deixar o Roriz sangrando”.

O ex-governador sempre destacou não ter um plano B, caso o Supremo Tribunal Federal (STF) impugnasse sua candidatura. Porém, como as urnas já foram lacradas, o nome e a foto de Roriz aparecerão para aqueles eleitores que decidirem votar na coligação Esperança Renovada. Segundo a assessoria de imprensa do Tribunal Regional do Distrito Federal (TRE-DF), os votos que iriam para ele, serão transferidos à sua esposa.

O partido deve se comprometer a realizar ampla divulgação da troca. Ainda segundo o TRE, a ação é legítima, já que o cabeça da chapa pode ser anunciado até as vésperas do processo eleitoral. Para tanto, o partido deve comunicar, oficialmente, o tribunal sobre a troca”.

Amparada pelo que dispõe a legislação em vigor, Astrid Cunha pretende manter seu nome na disputa até as vésperas da eleição, quando então renunciará a candidatura cedendo seu lugar ou para a atual candidata a vice prefeita na chapa, senhora Diana Amin, ou poderá também ser substituída pela senhora Carla Parente, a candidata preferida de Astrid Cunha.

A substituição da candidata majoritária não será uma obra tão pacífica uma vez que Astrid Cunha quer Carla Parente como candidata, enquanto Alfredo Amin não abre mão da candidatura de sua esposa, Dra. Diana Amin. Deve ser briga de cachorro grande.

Enquanto isso os candidatos a vereador, em reduzido número, enfrentam muitas dificuldades para viabilizar suas candidaturas, uma vez que a desorganização do grupo é evidente, com a maioria dos postulantes não acreditando que a candidata majoritária, Dra. Astrid Cunha,  vá conseguir manter sua candidatura.

Disso tudo se tira uma conclusão. O povo de Viseu, que quase sempre foi tratado como massa de manobra pelos políticos viseuenses, mais uma vez está sendo vítima de engodo, protagonizado por aquela que sempre se autodenominou a “Mãe dos Viseuenses”, a estratégia que está sendo utilizada por ela e seu grupo político não passa de um dissimulado golpe com a finalidade de manter viva uma candidatura que já nasceu morta.

Isso não é “cuidar de nossa gente” e sim enganar o nosso povo.

Lembre-se: Voto não tem preço ... tem consequência! 

Na próxima matéria a Candidatura de Cristiano Vale, nº 22

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