sábado, 8 de dezembro de 2012

LEITURAS QUE VALEM A PENA


Poder submerso, teu nome é Rose
Amarilis Tupiassu*


E nós a pensar que o Brasil é como teria de ser ao certo, ela a cumprir com seus mandados, seu mandado, ou outro, seu papel já cumprido, seus mandados e mandato. Não! Os mandados e mandato dele se cumpriram e se encompridam. Ele mantém-se na ativa, sub-repticiamente, paralelamente e submersamente. A alocar poderes a incompetências flagrantes, a todo vapor, à ganância do poder. Este é o Brasil Lula-Dilma. Ela bem que pateia de leve, ao aspirar à independência e liberdade, na condição de presidente. Ele a encompridar-se qual dono de tudo. Até da língua portuguesa falada em sete países, pelo menos, quatro continentes. Posam de donos. Ela encasquetou que tem ser presidenta. E manadas de bobos se põe a macaquear presidente pra cá, presidente pra lá.

A síntese dessa magna fábula é que o ex cumpriu seus mandados e mandato. No que se vê. Nas quinas penumbrosas de dentro do poder a coisa é outra. Blindar estabelecer que tudo se dê como eles. Apenas eles, estabelecem, no trilho dessa arrogância se afunda a desumanizada da população da república do Brasil, o Brasil que se convulsiona em males, as moelas da desigualdade social estalando, a droga infiltrada por todo canto, negociada até por telefone; o povo açoitado pelo furor da violência, do crime organizado imbatível à frente de morticínios até sem motivo, isso agora, sobretudo na mais próspera capital brasileira, quanto mais em outras menos prósperas, e de miserabilidade mais aguda.

E aí estamos nós, mais acachapados por péssimas surpresas. Não bastasse a vergonha do mensalão, enraízam nas tramas do poder intricadas redes de roubar o bem público, os brasileiros se saber mais o que de horrível, num segundo vai espocar, explodir. Ontem, o mensalão, agora o máximo, hiper-poder de indigestos a roer a escalavrar o país por debaixo dos panos, ou dos lençóis, lençóis de mil fios egípcios, que a dinheirama com a propaganda dos cifrões, alta monta de incontável grana. Quando mais outra bolha de escândalos é espocada, aí é que nos damos contas dos bancos inteiros, das minas de dinheiro público chupada pelos gargantas imersos, emersos a gadanhar ouro aos borbotões, não à casa dos sem casa, não à lacrimosa saúde, não à nossa escola falida à direção dos políticos, não a educadores, os mesmos que bajulam a “presidenta”, os que decidem às escuras e nos impõe uma escola sem qualidade, porque tudo tem que ser no popular e igualado por baixo. Daí a educação brasileira ser a última no ranking das piores, da dos países que largam ao léu a educação, a nossa, um sistema a titubear e para o qual correm rios de dinheiro à avaliação de que o mundo já está careca de saber: a escola brasileira vai mal, muito mal e paralisada no pior.

Por falar em educação, os escândalos que são estourados e documentados com imagens, vídeos, com a gravação de ratuinos papos dos cérebros de rato, a coisa é tirar nem por as bonecas russas, as matrioshkas, de dentro das quais se tira uma e, de dentro dessa uma, tira-se outra e mais outra e outra mais. É assim com os escândalos. Descobre-se um, dentro tem outro, todos os bonequinhos a mamar no emaranhado de muito dinheiro, pois os escândalos, um dentro do outro se amarram em lotes a lotes de roubados, engatados, uns nos outros, amontoados a golpes operados por debaixo dos lençóis, defendidos por super-poderes submersos, há muito à direção de escoladíssimos metralhas, exímios em solenes não sei, não vi, todos doutores em blindagem e rápido, que agora urge blindar a ela, a amiga Rose.

Os caras nadam mamatas. Esvaziam as úberes mais leitosas da pátria. Bulhufas a trabalho e estudo. Fincam-se em cargos que privatizam. Babam por ilhas publicas que querem privatizar, no Brasil privatizado, de faculdades privatizadas, tudo à fruição das ganâncias da cuca fútil. Chegam a bolar, e o MEC deixa passar, faculdades de facilitários e diplomas falsos. À sacrificada juventude, os absurdos do ensino massificado à Enem também minado de roubalheiras, como foi provado. Para metralhaços, títulos graciosos ao aval da corrupção.
           
             Para navegar os cruzeiros de seus cargos, se necas de saber técnico, cavam ater diplomas. Desembocam direto no grau em “baixaréu”, assim u deles grafou, não à presidenta, mas a Rose. O título ansiado. Tudo à desordem do poder paralelo, submerso às margens do ex-presidente não desmontados de seus feudos presidenciais, um poder dentro de um poder e, dentro de outro, bem aninhadinha, a surpresa de uma encoberta, uma lamentável matrioshka que se acha, montada nos leitos de amiga intima, há Rose, a muito à aprontar desmandos nos até invisíveis dentro do poder. Nem bem se resolve a suja poeira das bandas do mensalão, outro bando se alevanta das bandas surpreendentes de um amargo, de um amigado Brasil que não se sabe, afinal, quando, quando, ofertará ao seu sofrido povo as doçuras da grande Pátria.

 *Amarilis Tupiassu é doutora e Letras.
TUPIASSU, Amarilis. Poder submerso, teu nome é Rose. O LIBERAL. Caderno Atualidades. Seção OPINIÃO. p 2. Belém – Pará. 0.12.2012.

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