Assistimos durante a semana que
passou uma série de reportagens veiculadas por uma emissora de televisão alcance
nacional, enfocando as Câmaras Municipais e suas implicações nos problemas
vividos pelos municípios brasileiros.
A edição do dia 04/10, relacionou o
problema com a criação de municípios no Brasil. O distrito focalizado foi
Jardim Ingá, no município de Luziânia /GO, com aproximadamente 100 mil
habitantes. Jardim Ingá é um dos distritos que está na luta por sua
emancipação.
Analisando friamente a matéria
percebemos que a conclusão da equipe jornalística da emissora é um tanto quanto
distorcida. Deixa entender que os recursos para a criação dos novos municípios
serão retirados do município mãe. Essa informação carece de fundamentação. Na verdade
o que deve ocorrer é a divisão do bolo dos recursos oriundos do Fundo de
Participação de Municípios – FPM entre todos os municípios brasileiros, ou seja
uma distribuição mais justa dos recursos públicos. O Distrito vai poder
administrar os recursos gerados no próprio Distrito.
O município mãe sem sombra de
dúvidas perderá recursos oriundos do FPM. Porém, em contrapartida, deixará de
arcar com despesas que antes tinha de arcar com a manutenção da máquina
administrativa da área do novo município.
Sopesadas essas condicionantes
ocorrerá uma situação vantajosa tanto para o novo município, como para a área
remanescente. Isso é fato! Segundo o ex deputado estadual e atual secretário de
Desenvolvimento e Infraestrutura do Pará, Iran Lima/PA, o processo não é de
perde ganha. É um processo de ganha, ganha. Todos ganham. Ganha o novo
município e ganha a área remanescente. E por consequência a população envolvida
também ganha.
A matéria, além de tendenciosa é
falaciosa. Não mostra a realidade do processo de criação de municípios. A
relação custo/benefício da criação de novas prefeituras e novas câmaras
municipais é amplamente favorável a criação de novos municípios. O abandono
histórico que as populações desses distritos enfrentam não é levada em consideração.
O nível de insatisfação da população desses distritos é mostrado de forma tendenciosa.
Também não consideram que antes de
1996, a criação de municípios no Brasil era feita sem obedecer qualquer
critério técnico. Apenas a vontade política. Essa prática foi responsável por
verdadeiras aberrações na criação de entes federativos.
O PLP 137/2015 que tramita na
Câmara dos Deputados, hibernando na gaveta do presidente, deputado federal
Rodrigo Maia, já teve seu relatório de autoria do deputado Carlos Gaguim/TO,
aprovado. Aguarda sua reinserção na pauta de votação do plenário da Casa.
Esse projeto de Lei estabelece
critérios rígidos, como: distritos com população mínima de 6.000 habitantes,
para as Regiões Norte e Centro Oeste. Mínimo de 12.000 habitantes para a Região
Nordeste. E população mínima de 20.000 habitantes para as Regiões Sul e Sudeste.
Além do mais os distritos para irem a plebiscito terão de passar por criterioso
Estudo de Viabilidade Municipal – EVM. Cumpridas as exigências estabelecidas no
PLP os distritos irão a Consulta Plebiscitária, cuja votação acontecerá em todo
o município. São critérios extremamente rígidos. Os municípios criados a partir
da aprovação desse projeto de lei deverão ser auto sustentáveis.
O processo de criação de municípios
no Brasil revela situações emblemáticas: Jurema, no município de Caucaia/CE e
Icoaraci, no município de Belém/PA, são distritos que nasceriam municípios com
mais de 200 mil habitantes. Com cota máxima de FPM.
Os distritos de Castelo dos Sonhos
e Cachoeira da Serra, no município de Altamira, no Estado do Pará situam-se a
uma distância de mais de 1.000 km de distância da sede do município, pela
Rodovia Transamazônica.
No Estado do Amazonas, temos o
distrito de Santo Antonio do Matupi, Município de Manicoré. Para chegar na sede
do município é necessário fazer o seguinte deslocamento: pela Transamazônica, por
180 km até a sede do município vizinho de Humaitá e de lá por mais dois dias de
barco; O Distrito de Iauaretê, no Município de São Gabriel da Cachoeira, três dias
de barco até a sede do município. Esses dois distritos apresentam localidades
cujo tempo de viagem de barco até a sede do município leva em torno de uma
semana. Esse é o Brasil em que vivemos
Hoje temos no Brasil município com
menos de 800 habitantes. Com isso não corremos o risco de ver criados município
como os que temos hoje. Análises preliminares indicam que se prevalecessem
esses critérios preconizados pelo PLP 137/2015, hoje o Brasil teria menos 3.086 municípios. Essa enorme quantidade de municípios não atenderia pelo menos um
dos critérios exigidos: a população mínima.
Regiões Norte e Centro Oeste, com
população mínima de 6.000 habitantes, teria menos 263 municípios;
REGIÃO NORTE - Perderia 104 municípios
Acre (1)
Amapá (04)
Amazonas (01)
Pará (3)
Rondônia (7)
Roraima (0)
Tocantins (88)
REGIÃO CENTRO OESTE - Perderia 159 municípios
Mato Grosso (42)
Mato Grosso do Sul (10)
Goiás (107).
REGIÃO NORTE - Perderia 104 municípios
Acre (1)
Amapá (04)
Amazonas (01)
Pará (3)
Rondônia (7)
Roraima (0)
Tocantins (88)
REGIÃO CENTRO OESTE - Perderia 159 municípios
Mato Grosso (42)
Mato Grosso do Sul (10)
Goiás (107).
Região Nordeste, com população mínima
de 12.000 habitantes, teria menos 754 municípios:
REGIÃO NORDESTE - Perderia 754 municípios
Alagoas (37)
Bahia (118)
Ceará (32)
Maranhão (59)
Piaui (178)
Paraíba (154)
Pernambuco (30)
Rio Grande do Norte (113)
Sergipe (33)
Regiões Sul e Sudeste, com população mínima de 20.000 habitantes, teríamos menos 2.069 municípios:
REGIÃO NORDESTE - Perderia 754 municípios
Alagoas (37)
Bahia (118)
Ceará (32)
Maranhão (59)
Piaui (178)
Paraíba (154)
Pernambuco (30)
Rio Grande do Norte (113)
Sergipe (33)
Regiões Sul e Sudeste, com população mínima de 20.000 habitantes, teríamos menos 2.069 municípios:
REGIÃO SUDESTE - Perderia 1.133 municípios
Espírito Santo (39)
Minas Gerais (666)
Rio de Janeiro (27)
São Paulo (401)
REGIÃO SUL - Perderia 936 municípios
Paraná (306)
Rio Grande do Sul (398)
Santa Catarina (232)
Para enfrentar essa onda de fatos negativos contra nossa luta, precisamos urgentemente recriar a Frente Parlamentar Mista em defesa da criação de municípios no Brasil.
Espírito Santo (39)
Minas Gerais (666)
Rio de Janeiro (27)
São Paulo (401)
REGIÃO SUL - Perderia 936 municípios
Paraná (306)
Rio Grande do Sul (398)
Santa Catarina (232)
Para enfrentar essa onda de fatos negativos contra nossa luta, precisamos urgentemente recriar a Frente Parlamentar Mista em defesa da criação de municípios no Brasil.
A situação exige a tomada de uma
ação imediata!
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