O MUNICÍPIO E A LEI FEDERAL Nº 12.527, DE 18 DE NOVEMBRO DE
2011
Ao final de cada ano somos obrigados a fazer um balanço de nossa vida. Pensamos em tudo. Quanto ganhamos; quanto gastamos; quanto sobrou; quanto faltou; o que fizemos com o que sobrou? O que fizemos para completar o que faltou? Todas essas indagações devem ser respondidas, afinal como ser social parece que devemos satisfações de tudo o que fazemos na vida. É assim que as nossas vidas caminham.
Com os municípios a situação não é diferente, ou melhor, não
deveria ser diferente. Quando chegamos ao final de mais um ano o administrador
do município, no caso o prefeito, deveria reunir sua comunidade para mostrar
quanto o município recebeu de recursos; como ele empregou esses recursos;
quanto faltou para completar o orçamento (o que não deveria acontecer), pois um
dos vetores básicos da boa administração é não gastar mais do que arrecadar. Com
isso ele não estaria fazendo nada de extraordinário. Estava prestando conta dos
recursos públicos, que ele, na condição de chefe do poder executivo, tem por
obrigação constitucional fazer isso não só ao final do ano, mas é dever da
administração municipal cumprir com o que disciplina a Lei nº 12.527, de 18 de
novembro de 2011.
E relevante considerarmos que um município não sobrevive unicamente
dos repasses constitucionais que mensalmente abastecem os cofres do tesouro
municipal. São recursos de várias origens, alguns destinados especificamente para
atendimentos de alguns setores da administração municipal.
Existem recursos que embora não transitem pelos cofres
municipais, mas de certa forma, contribuem para a movimentação da economia regional,
como por exemplo, os recursos do programa bolsa família, que somente neste ano
de 2013, injetou na economia do município de Viseu a considerável, sendo que
dos 143 municípios do Estado, Viseu foi o 17º município em volume de recursos
recebidos (O Liberal. Caderno Poder, seção dinheiro, pagina 3, edição de
27.12.2013).
Somados a isso os valores recebidos pelos aposentados,
recursos oriundos do seguro defeso, pago aos pescadores artesanais, recursos
esses que tendem a aumentar a capacidade produtiva do município o que resulta
no aumento de sua capacidade econômica, o que o torna Viseu o 49º município, paraense,
considerando-se o índice relativo ao Produto Interno Bruto – PIB, uma posição
relevante dentre os 143 municípios paraenses (O Liberal. Caderno Poder, seção
dinheiro, pagina 4, edição de 26.12.2013).
Apesar desse volume de recursos que movimentam nossa
economia, temos de considerar algumas situações que interferem na vida econômica
de Viseu. Do volume de recursos que deveria transitar pela economia municipal,
elevadas somas tomam destino de outros centros econômicos, pela simples falta
de uma estrutura que possibilitem o aproveitamento desses recursos pela
economia local.
Aposentados, beneficiários do programa bolsa família, por
exemplo, devido às dificuldades impostas pela precariedade ou pela absoluta
falta de estrutura bancária, tem de buscar outras praças para movimentar seus
rendimentos, socorrendo de praças como Bragança, Capanema e até mesmo Belém.
O resultado disso é que os recursos que deveriam circular no
município de Viseu terminam por fomentar a economia dessas outras praças, pois quando
esse aposentado ou assistido retorna já deixou pra trás todo o recurso que
deveria circular na economia de Viseu.
Apesar do município de Viseu posicionar-se como o 49º PIB
estadual, quando consideramos a geração de empregos no Estado, nosso município,
no mês de dezembro aparece nas estatísticas contratando apenas quatro novos
postos de trabalho, enquanto figura nas estatísticas demitindo 18 trabalhadores,
apresentando um déficit de 14 postos de trabalho (O Liberal. Caderno Poder,
seção dinheiro, pagina 3, edição de 26.12.2013), em um mês em que
tradicionalmente os entes econômicos aumentam consideravelmente a contratação
de novos trabalhadores em função do aumento do movimento devido às festas
natalinas.
Isso explica de forma inquestionável a razão de recentemente
uma centena de jovens viseuenses terem migrado para outros centros em busca de
oportunidades de trabalho... em busca de seu futuro.
Enquanto isso a prefeitura do município faz que não percebe que
a população do município está sem horizonte, sem alternativas.
Qual será o futuro dos viseuenses? O que lhes espera no novo
ano? O povo de nosso município vai continuar de braços cruzados diante de um
quadro dessa natureza?
Nossa situação é preocupante, pois enquanto todos andam pra
frente, Viseu retrocede em todos os aspectos.
Nada disso é informado aos viseuenses, em franco desrespeito
a LEI FEDERAL Nº 12.527, DE 18 DE NOVEMBRO DE 2011 (A lei de informação).
Nós precisamos reagir!
Recursos oriundos do Programa Bolsa Família |
Produto Interno Bruto - PIB do municípios paraenses |
Geração de emprego nos municípios paraenses |