sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

A CRIAÇÃO DE NOVOS MUNICÍPIOS E O ESTUDO DO IPEA

A criação de novos municípios no Brasil faz parte de uma luta que muito incomoda aqueles que SE encontram encastelados em alguns municípios, que não desenvolvem uma salutar política de distribuição dos recursos recebidos, o medo de perder recursos lhes tira o sono.
A distribuição dos recursos do Fundo de Participação dos Municípios – FPM, é calculada com base na população de cada município. Esses índices calculados pela utilização de complicadas equações matemáticas, diz ao seu final que para municípios com população de até 10.188, cabe FPM de 0,6, seguindo-se até o índice máximo, de 4,0, para municípios com populações maiores de 156.216 habitantes (Fonte: Cartilha do MINISTÉRIO DA FAZENDA - Secretaria do Tesouro Nacional – STN). Pretender viver apenas de recursos do FPM é cometer um suicídio administrativo.

Recente estudo divulgado pelo IPEA, que circula nas redes sociais, tem apenas uma finalidade: Estabelecer o pânico dentre as populações dos municípios que podem ter alguns distritos emancipados, como se a dar autonomia a esses distritos fosse tornar ingovernáveis os municípios mães. O estudo além de inverossímil é tendencioso, pois deixa de abordar aspectos importantíssimos que deveriam ter sido levados em consideração na elaboração desse documento. Ou é tendencioso ou criminoso! Prefiro ficar com a primeira hipótese.

A constatação é lógica, alguns milhões, ou bilhões, vão mudar de mãos. E precisam mesmo mudar de mãos. Devem ser a administrados pelos distritos emancipandos. Essa a razão maior de nossa luta. Lutamos para que os distritos passem a administrar os recursos que lhes são destinados dentro dessa intrincada equação, mas que nunca chegam às mãos de seus mais legítimos beneficiários. E o reflexo maior desse fato, é o abandono a que vivemos relegados.

Distribuam-se esses recursos diretamente aos distritos que com certeza eles terão aplicação mais equânime, mais justa, pois vai beneficiar diretamente a população desses distritos. Esse é o medo desses maus administradores, que não medem esforços contratando institutos para produzir documentos tendenciosos,visando confundir nossa luta.

A irresponsabilidade nesse estudo é tamanha, que em sua gênese são utilizados apenas a variável receita. Pois é justamente nesse contexto que refutamos esse estudo, não atribuindo para ele nenhum valor científico, pois deixa de considerar o segundo aspecto mais importante nessa análise: as despesas. Resultando assim uma equação capenga.

Que os municípios mãe perderão recursos, isso é inegável. Porém, ao lado disso, eles também deixarão de ter despesas, pois o desmembramento de distritos para sua elevação à categoria de municípios, eliminará dos municípios desmembrados, milhões ou quem sabe bilhões de reais, em despesas que não foram em nenhum momento considerados no presente estudo. Trata-se, portanto, de um estudo feito para estabelecer o pânico entre as pessoas.

Estudos sérios já foram realizados, embora sem o cunho científico, pois os dados compilados foram utilizados apenas para justificar nossa luta, dão conta de que criando-se novos municípios estaremos dando a esses distritos a condição de administrarem seus próprios recursos, essa a grande motivação que nos impele a continuar nessa luta. Ou seja a criação de novos municípios apenas vai deslocar receitas/despesas. Que vai haver geração de novas despesas, isso também é inegável, porém, o impacto é tão pequeno, que facilmente vai ser absorvido pela gestão com melhor efetividade.

Por essas razões é que repudiamos o estudo realizado pelo IPEA, quando diz que pelo menos 363 localidades poderiam se emancipar amparadas pela nova lei. Com esse cenário o IPEA diz “que quase R$ 1 bilhão mudariam de mãos com a nova distribuição do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) — principal fonte de recursos da maioria das cidades brasileiras” (essa afirmação é no mínimo irresponsável). E por que o IPEA não fala da transferência de despesas para os novos municípios?

A constatação desse instituto não passa de uma grande falácia. Por isso conclamamos nossos companheiros a continuar na luta, não conferindo a menor credibilidade para esse estudo,que por ser tendencioso busca apenas mudar o foco de nossa luta.

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