terça-feira, 28 de maio de 2019

O ABANDONO DA REGIÃO NORDESTE DO ESTADO DO PARÁ

PA 462 - Ponte sobre o Rio Jutai - Augusto Correa

As estradas que dão vida a Região Nordeste do Pará, em especial a Rodovia PA 462, que começa na Vila do Patal, município de Augusto Correa e termina na Vila do Arai, no mesmo município, é a via de oxigenação da economia daquela região, nos Bragança, Augusto Correa e Viseu.

Do povoado de Itapixuna, Augusto Correa, em estrada vicinal chegamos até o distrito de Fernandes Belo. Nesse distrito viseense destacam-se duas grandes comunidades: Açaiteua e a Vila de Fernandes Belo, sede do Distrito. É pela Rodovia PA 462 que circula toda economia daquela região.

Há anos que a população das localidades situadas à margem daquela Rodovia vive buscando chamar à atenção do governo do Estado para cuidar melhor das condições de tráfego da rodovia.

Seus moradores vivem duas situações antagônicas: No verão comem poeira e nó inverno, lama. Depois de abandono histórico, desde o dia de ontem, a região vive seu pior momento. Primeiro foi a queda da imagem de São Benedito, importante centro turístico de Bragança, na localidade de Camutá. O Santo Preto não resistiu ao abandono e veio abaixo, para a tristeza de muitos e consternação geral dos bragantinos.

Mirante do Camutá - Imagem de São Benedito 

O acidente com um caminhão que caiu junto com a ponte de madeira sobre o Rio Jutai, foi outro evento marcante do abandono que vive a região.
A queda de um caminhão - Ponte do Rio Jutai
Nosso vice governador do Estado é da região. De família de políticos com tradição na região, já foi deputado estadual. Seu o irmão, o deputado federal Cristiano Vale, foi por dois mandatos prefeito do município de Viseu. Um outro membro do clã, Leonardo Vale, é prefeito de Cachoeira do Piriá. O chefe da família, Anivaldo Vale, foi por muitos anos, deputado federal. Hoje, deixou essa tarefa para seus filhos.

Há alguns anos atrás, a população dessa região promoveu uma manifestação com fechamento da BR 010, altura do trevo de Santa Maria do Pará. O movimento foi acompanhado por alguns políticos que aproveitaram os holofotes para usar o movimento.  Porém, ficou na vontade. O então Secretário de Estado de Transportes, prometeu mas nada se concretizou.

Quem costuma viajar pela região quer pela BR 308, que foi federalizada para ser a Transoceânica, que liga Bragança a Viseu (a proposta era ligar o Norte ao Nordeste) quer pelas rodovias estaduais da região vive sob constante ameaça. O perigo ronda cada quilometro daquelas estradas, cada ponte que atravessa rios e igarapés. O perigo maior hoje está na Ponte que atravessa o Rio Piriá, na localidade do Curupaiti, município de Viseu.

E os políticos da região? Há muito não se vê movimento político que tenha por objetivo mudar a realidade daquela região. Governos passados afirmavam em conversas reservadas que aquela região não era atraente economicamente. Isso só fazia evidenciar o desconhecimento da região.

Turismo, agropecuária, pesca, atividades minerais, são fontes expressivas de geração de emprego e renda. Porém, a ausência de políticas públicas faz com que essa população vive em estado de indigência.

Espero que esse novo governo volte seus olhos par aquela região. Eu vou começar a pedir aos políticos que voltem seus olhos para a nossa região. 

Bragança, Augusto Correa e Viseu só terão a agradecer!  


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