O Caminhão baú com os livros rumo à Fernandes Belo |
Hoje assistindo a programação da TV uma reportagem
exibida pelo G1 despertou-me a atenção. Um garoto de uma pequena cidade no
nordeste queria estudar. Mas, sua casa não tinha luz elétrica. A noite, ele
sentava encostado em um poste, de baixo lampada de iluminação pública e ficava aproveitando a claridade do refletor para estudar. Essa imagem despertou um cidadão que procurou a família desse menino e
vai dar de presente uma casa com luz elétrica.
A sede de saber escolhe caminhos inimagináveis.
Parabéns para esse garoto! E meus parabéns mais efusivos a essa pessoa que
atravessou um longo caminho para se mostrar solidário àquele pequenino. Um exemplo
de vida!
Um dos maiores sonhos que alimento na vida é
criar em Fernandes Belo um espaço onde a juventude do distrito possa expandir
seus conhecimentos. Já fiz duas tentativas. Vou contar para vocês....
Anos atrás, um domingo à tarde eu fui até a
Vila de Caranã de Basília. Ao passar por uma humilde casa (como tantas outras)
percebi um grupo de jovens reunidos. Era domingo à tarde, reforço. Sob o
pretexto de pedir um copo com água me aproximei daqueles jovens. Estava curioso
para ver o que estavam fazendo ali.
Um domingo à tarde, geralmente, um jovem gosta
de estar banhando em um igarapé (e tem muitos naquela redondeza), jogando
futebol, jogando bilhar (que infelizmente tem muitos). Mas, para minha
surpresa, os jovens estavam estudando. Achei maravilhoso!
Perguntei se tinham livros suficientes para
seus estudos. Que nada, disse um deles. Aqui nós temos é muita carência! Eu
tinha uma grande amiga na Fundação Tancredo Neves, no Sistema de Bibliotecas:
Socorro Camarinha.
Não disse nada. Voltando a Belém, procurei
minha amiga, contei-lhe a história. Ela ne deu uma Caixa de Livros (era uma
pequena biblioteca). Alguns dias depois voltei ao Caranã só para entregar o
presente àqueles jovens. Ficaram muito felizes.
O trabalho com a juventude sempre me deu grande
motivação para alimentar o sonho. A outra tentativa aconteceu por verdadeira obra
do acaso, um instrumento caiu em minhas mãos. Eu tenho um irmão que tinha uma
biblioteca aqui em Belém. Achava aquela biblioteca um espaço Fantástico. Ali a
gente podia observar jovens ocupando o seu tempo em busca de aprendizado.
Certo dia ao visita-lo encontrei-o encaixotando
os livros. De chofre perguntei-lhe: Vais mudar? Não disse
ele, vou fechar a biblioteca. E o que vais fazer com esses livros? Doei para outra biblioteca. Mas, preciso desocupar
essa casa, se não vierem logo buscar vou dar outro destino para eles….
Pedi que me desse os livros. Só se tu tirares
daqui hoje, disse ele. Topei na hora! Liguei para o meu amigo prefeito de Viseu, Cristiano
Vale e lhe pedi ajuda para levar aquele material (livros, estantes,
prateleiras, mesas...) para Fernandes Belo.
Ele nem titubeou. Me ajudou na hora.
Fiz um contato com o professor Carlos Fernando
(Motora) e contei-lhe a novidade.
Seus pais, Raimundinho e Bastiana, tinham duas
casas em Fernandes Belo. Pedi uma emprestada.
Coloquei os livros em um Caminhão Baú e mandei tudo para Fernandes Belo.
Mais uma vez falei com o Cristiano e ale ajudou
a arrumar melhor a casa. Colocou lajota, grade, forro, pintou. Deu um
computador e pela Prefeitura ainda pagava um valor a título de aluguel (não sei
se o atual prefeito mantém esse pagamento).
A Biblioteca Comunitária, com mais de 10.000
livros em seu acervo, foi inaugurada e leva o nome de Sebastiana Costa, a minha querida amiga Bastiana, a Basteca. Era o mínimo
que eu poderia fazer para homenageá-la.
Para dar mais qualidade ao atendimento na
Biblioteca Comunitária, trouxe dois jovens da comunidade para fazer um estágio na
Biblioteca do CENTUR.
Eu consegui dar mais um passo na direção de meu sonho.
Hoje a prefeitura do município de Viseu está
concluindo um Mercado Novo. Meu sonho volta a povoar a minha mente. Vou
procurar o prefeito e pedir que ele construa naquele local onde hoje funciona o
Mercado, um Centro Cultural.
A Biblioteca Comunitária que é da Associação do
Movimento Emancipalista de Fernandes Belo – AMEFEB eu posso propor que seja
doada ao município e que passe a funcionar naquele prédio.
Entre o prédio e o Colégio Fernandes Belo tem
um espaço vazio. Ali naquele espaço podemos construir um anfiteatro. Tenho a
certeza que a juventude, os estudantes, os professores, os pais, vão apoiar
essa ideia.
Eu tenho um bom grau de conhecimento com muitos
deputados federais e estaduais de nosso Estado. Posso pedir a um deles que nos
consiga uma emenda parlamentar destinando recursos para a construção desse
complexo cultural.
Posso aproveitar para pedir que o Cristiano Vale, hoje deputado
federal e o Lucio Vale, nosso vice governador, viabilizem a construção desse
Centro da Juventude. Isso iria contribui em muito para retirar
nossos jovens da ociosidade.
Sonhar não paga imposto. Vou continuar sonhando!
Biblioteca comunitária Sebastiana Costa |
Acervo encaixotado quando chegou em Fernandes Belo |
Livros nas prateleiras |
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