EDUCAÇÃO NO BRASIL: Aprovação sem aprovação Imagem recolhida nas redes sociais |
O Brasil registro aumento do número de crianças e
adolescentes fora da escola neste ano: 244 mil meninos e meninas de 6 a 14 anos
não estavam matriculados no segundo semestre – uma alta de 171% em relação ao
mesmo período de 2019. Esses são os primeiros dados sobre os efeitos da
pandemia na educação brasileira e mostram que além das dificuldades de garantir
aprendizagem durante o ensino remoto, o Brasil também enfrenta em dar acesso à
educação.
Os dados foram
extraídos da Pesquisa Nacional por amostra de Domicílios Contínua, do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e foram tabulados pelo movimento
Todos pela Educação. Novos dados relativos aos últimos meses de 2021, devem ser
publicados em breve, mas a expectativa não é de melhora.
No ano passado, o IBGE estimava que 4,9 milhões de
crianças não recebiam lições escolares em meio à pandemia. Agora mesmo, com a
reabertura das escolas, gestores locais sentem dificuldades em trazer todos
para as salas de aula. Os dados do IBGE também apontam outro desafio: aumento
de crianças e jovens, que embora estejam matriculados, ficaram atrasados na
trajetória escolar.
O AUMENTO DO ÍNDICE DE REPROVAÇÃO DE CRIANÇAS E JOVENS NO BRASIL
A Cultura do fracasso escolar afeta milhões de
estudantes e a desigualdade e se agravou na pandemia, alertam, a UNICEF e o
Instituto Claro. Estudo mostra que reprovação, abandono escolar e distorção
idade-série já impactavam estudantes mais vulneráveis antes da pandemia. Com a
Covid-19, desafios se tornaram ainda maiores.
Em 2019, 2,1 milhões de estudantes foram reprovados no
Brasil, mais de 620 mil abandonaram a escola e mais de 6 milhões estavam em
distorção idade-série. O perfil desses alunos é bastante conhecido:
concentram-se nas regiões Norte e Nordeste, são muitas vezes crianças e
adolescentes negros e indígenas ou estudantes com deficiências.
Reprovação,
abandono escolar e distorção idade-série são partes de um mesmo problema: o
fracasso escolar. Ele começa com o estudante sendo reprovado uma vez. Seguem-se
outras reprovações, abandono, tentativa de retorno às aulas, até que ele entra
em uma situação de “distorção idade-série”, com dois ou mais anos de atraso.
Sem oportunidades de aprender, o aluno vai ficando para trás, até ser forçado a
deixar definitivamente a escola.
Outro grave problema que observamos
com frequência é a aprovação em massa de alunos, apenas para justificar um bom
rendimento escolar. Alunos com rendimento escolar sofrível, com dificuldades em
ler e realizar as operações matemáticas mais elementares é o perfil desses
alunos.
Pesquisadores revelam a origem de problemas com o
sistema educacional de crianças e jovens:
1. Muitos professores revelam a sua impossibilidade de desenvolver processos avaliativos mediadores, porque estão cercados por normas classificatórias exigidas pelas escolas. Mas também se percebe a sua dificuldade em alterar sua prática por falta de subsídios teóricos e metodológicos que lhe deem segurança para agir de outra forma. (HOFFMANN, 1998, p.70).
2.
Pela avaliação, nós professores, muitas vezes,
“matamos” nossos alunos, matamos a alma bonita e jovem que eles possuem;
reduzimos sua criatividade, seu prazer, sua capacidade de decisão. E a seguir,
reclamamos que nossos alunos não são criativos. Como poderão ser criativos, se
estivemos, permanentemente, a murchá-los aos poucos com nosso autoritarismo
arbitrário? (LUCKESI, 2003, P.76).
Isso é uma constatação. Educadores seguem as orientações por medo de perder seu emprego.
Então, o que fazer para reduzir esses alarmantes
índices? Na semana que passou o Município de Viseu realizou a III Conferencia
Municipal da Educação. Seria interessante que a SEMEC/Viseu publicasse um relatório
relatando as ações programadas para fazer com que Viseu melhore o rendimento
escolar de crianças e jovens.
Referencias:
ALTA DE 171%: Número de crianças fora da
escola aumenta. São Paulo. Agência
Estado. Jornal O Liberal. Caderno Atualidades. Seção Cidades. Edição de 03 de
dezembro de 2021. Belém – Pará.
https://www.avm.edu.br/docpdf/monografias_publicadas/posdistancia/35269.pdf
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