sexta-feira, 3 de dezembro de 2021

NÚMERO DE CRIANÇAS FORA DA ESCOLA AUMENTA: Alta de 171%. Um índice preocupante

EDUCAÇÃO NO BRASIL: Aprovação sem aprovação 
Imagem recolhida nas redes sociais


O Brasil registro aumento do número de crianças e adolescentes fora da escola neste ano: 244 mil meninos e meninas de 6 a 14 anos não estavam matriculados no segundo semestre – uma alta de 171% em relação ao mesmo período de 2019. Esses são os primeiros dados sobre os efeitos da pandemia na educação brasileira e mostram que além das dificuldades de garantir aprendizagem durante o ensino remoto, o Brasil também enfrenta em dar acesso à educação.

 Os dados foram extraídos da Pesquisa Nacional por amostra de Domicílios Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e foram tabulados pelo movimento Todos pela Educação. Novos dados relativos aos últimos meses de 2021, devem ser publicados em breve, mas a expectativa não é de melhora.

No ano passado, o IBGE estimava que 4,9 milhões de crianças não recebiam lições escolares em meio à pandemia. Agora mesmo, com a reabertura das escolas, gestores locais sentem dificuldades em trazer todos para as salas de aula. Os dados do IBGE também apontam outro desafio: aumento de crianças e jovens, que embora estejam matriculados, ficaram atrasados na trajetória escolar.

O AUMENTO DO ÍNDICE DE REPROVAÇÃO DE CRIANÇAS E JOVENS NO BRASIL

A Cultura do fracasso escolar afeta milhões de estudantes e a desigualdade e se agravou na pandemia, alertam, a UNICEF e o Instituto Claro. Estudo mostra que reprovação, abandono escolar e distorção idade-série já impactavam estudantes mais vulneráveis antes da pandemia. Com a Covid-19, desafios se tornaram ainda maiores.

Em 2019, 2,1 milhões de estudantes foram reprovados no Brasil, mais de 620 mil abandonaram a escola e mais de 6 milhões estavam em distorção idade-série. O perfil desses alunos é bastante conhecido: concentram-se nas regiões Norte e Nordeste, são muitas vezes crianças e adolescentes negros e indígenas ou estudantes com deficiências.

Reprovação, abandono escolar e distorção idade-série são partes de um mesmo problema: o fracasso escolar. Ele começa com o estudante sendo reprovado uma vez. Seguem-se outras reprovações, abandono, tentativa de retorno às aulas, até que ele entra em uma situação de “distorção idade-série”, com dois ou mais anos de atraso. Sem oportunidades de aprender, o aluno vai ficando para trás, até ser forçado a deixar definitivamente a escola.

            Outro grave problema que observamos com frequência é a aprovação em massa de alunos, apenas para justificar um bom rendimento escolar. Alunos com rendimento escolar sofrível, com dificuldades em ler e realizar as operações matemáticas mais elementares é o perfil desses alunos.   

Pesquisadores revelam a origem de problemas com o sistema educacional de crianças e jovens:

1.      Muitos professores revelam a sua impossibilidade de desenvolver processos avaliativos mediadores, porque estão cercados por normas classificatórias exigidas pelas escolas. Mas também se percebe a sua dificuldade em alterar sua prática por falta de subsídios teóricos e metodológicos que lhe deem segurança para agir de outra forma. (HOFFMANN, 1998, p.70). 

  

2.      Pela avaliação, nós professores, muitas vezes, “matamos” nossos alunos, matamos a alma bonita e jovem que eles possuem; reduzimos sua criatividade, seu prazer, sua capacidade de decisão. E a seguir, reclamamos que nossos alunos não são criativos. Como poderão ser criativos, se estivemos, permanentemente, a murchá-los aos poucos com nosso autoritarismo arbitrário? (LUCKESI, 2003, P.76).

Isso é uma constatação. Educadores seguem as orientações por medo de perder seu emprego. 

Então, o que fazer para reduzir esses alarmantes índices? Na semana que passou o Município de Viseu realizou a III Conferencia Municipal da Educação. Seria interessante que a SEMEC/Viseu publicasse um relatório relatando as ações programadas para fazer com que Viseu melhore o rendimento escolar de crianças e jovens.

Referencias:

ALTA DE 171%: Número de crianças fora da escola aumenta. São Paulo. Agência Estado. Jornal O Liberal. Caderno Atualidades. Seção Cidades. Edição de 03 de dezembro de 2021. Belém – Pará.

https://www.avm.edu.br/docpdf/monografias_publicadas/posdistancia/35269.pdf 

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