segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

VISEU: Os desafios da mobilidade urbana no Município de Viseu

 

Viseu: 125 de história
Imagem: ASCOM/Viseu

A MOBILIDADE URBANA NO BRASIL

O trânsito caótico das grandes cidades é um problema que cresce a cada ano. Ele é apenas um dos reflexos dos desafios da mobilidade urbana no Brasil, a qual tem sido amplamente discutida nos últimos anos não apenas pela sociedade civil como também pelas entidades dos setores públicos e privados.

O direito de ir e vir esbarra nas dificuldades do compartilhamento das vias entre pessoas, carros, motos, bicicletas, caminhões e ônibus, tabuleiros, churrasqueiras, calçadas desniveladas, construções que não respeitam o código de postura, estacionamento de veículos irregulares, tudo isso causando grande desconforto.

A necessidade de melhorias na mobilidade urbana nunca foi tão urgente, mas, para propor soluções, é preciso conhecer melhor as dificuldades enfrentadas. Por isso, neste artigo, listamos aquelas que são mais relevantes, além de algumas sugestões de alternativas que podem ser adotadas no curto prazo. Confira!

DESAFIOS DA MOBILIDADE URBANA EM VISEU

Em nosso Município, principalmente na sede, a mobilidade urbana enfrenta diversos tipos de desafios. Contudo, alguns deles se destacam por seu impacto e tendência de agravamento. Vamos entender cada um deles mais a fundo a seguir:

I.          AUMENTO DA POPULAÇÃO NOS NÚCLEOS URBANOS

Nosso município possui mais de 60 mil habitantes. A dificuldade que as pessoas enfrentam nas vilas da zona rural, com relação à saúde e educação, principalmente, provoca o deslocamento de moradores do campo para a cidade. Esse deslocamento provoca o fenômeno do enchimento das cidades. A busca de moradia resulta no surgimento de áreas sem o mínimo de estrutura: unidades residenciais sem a estrutura necessária, ruas mal planejadas, abastecimento de água precário, distribuição de energia elétrica não apropriada, falta de segurança, enfim uma gama de problemas que só faz se ampliar devido a inercia do poder público em agir no momento apropriado.

Esse volume crescente de habitantes gera um fluxo maior de deslocamento durante o dia, principalmente nos horários de pico, quando as pessoas estão indo ou voltando. Sem investimento em renovações na malha viária ou na implementação de meios de transporte de baixo impacto e na falta de respeito ao código de postura de município (será que isso existe em Viseu – procurei a Lei específica e não encontrei?).

II.         INFRAESTRUTURA DESPREPARADA

Enquanto a população cresce, a infraestrutura segue estagnada no tempo. Boa parte das cidades mais populosas do país surgiram na época em que não havia carros nas ruas e as necessidades de mobilidade eram outras.

Diante disso, é bastante comum encontrar vias muito estreitas, com passeios inadequados e falta de espaço para incluir uma ciclovia ou até mesmo uma calçada para pedestres.

Em alguns casos, adotar a mão única já não é mais suficiente para suportar o volume do tráfego, pelo intenso trafego das cidades e pelo desrespeito às leis do transito. Em Viseu é frequente o trafego de veículos em via dupla, quando a via possui a sinalização para funcionar em apenas um sentido.

Como não existe um sistema de fiscalização de trânsito no município (se tem não funciona). O caos toma conta, principalmente das ruas centrais da sede do Município.

Nas vilas nem se comenta, os problemas são ainda maiores. 

III.        FALTA DE INVESTIMENTO

Se, por um lado, algumas vias são mais complicadas, outras poderiam ser adaptadas de forma mais fácil. O problema é que obras dessa natureza demandam investimentos, principalmente do setor público. Logo, além de ser um processo demorado, outras questões acabam ganhando prioridade, e a mobilidade urbana fica em segundo plano.

Um exemplo marcante desse problema é o que acontece na Ponte da Orla de Viseu. Teve um pequeno trecho construído sem obedecer às especificações técnicas de preparo do concreto, precisou ser refeito. Já faz um longo tempo que está fechada para o transito de veículos, prejudicando sensivelmente o conjunto da obra, que por sinal, depois de concluída ficará muito bonita.

Há pouco tempo estive visitando a cidade. A ponte não estava aberta ao trânsito, sequer de pequenos veículos.

IV.       MUITOS VEÍCULOS NAS RUAS

A quantidade de veículos circulando todos os dias pelas ruas da sede do município embora seja pequena, já se provoca momentos de caos no trânsito. Automóveis, Motocicletas, Bicicletas, se misturam aos pedestres que circulam pelo leito das ruas de cidade. Aliás, caminhar pelas ruas é a única alternativa para os pedestres em Viseu, uma vez que a maioria das ruas não possui calçadas, principalmente as ruas da periferia.

Já, as ruas do centro de cidade, além do desnível acentuado que existe nas calçadas, a quantidade de tabuleiros de lojas, churrasqueiras para assar frangos e churrascos é muito grande, prejudicando a mobilidade e acessibilidade das pessoas, principalmente, de pessoas portadoras de alguma deficiência física (esse vivem o seu calvário m Viseu.

V.        ACESSIBILIDADE ÀS PRAÇAS, ESCOLAS E PRÉDIOS PÚBLICOS 

Segundo um morador da Vila de Fernandes Belo, que pediu para não ser identificado, “A praça que é um dos únicos locais de lazer em nossa Vila, não oferece nenhum tipo de acessibilidade a cadeirantes, assim como para outros deficientes; As escolas também não possuem estrutura o suficiente para receber esse público; e Os principais órgãos públicos não possuem acessibilidade suficiente”. Finalizando diz ainda: “Traduzindo, a minha cidade não é acessível para um público que assim como os demais também tem plenos direitos assegurados na constituição”.

Excetuando as escolas que estão sendo recém construídas, as escolas do município não possuem a acessibilidade inclusiva, 

VI.       ALTERNATIVAS PARA SUPERAR ESSES DESAFIOS

Todos esses desafios da mobilidade urbana em Viseu são complicados de serem resolvidos. Uns envolvem investimentos (públicos ou privados); outros, questões estruturais das cidades. Contudo, existem mudanças que podem amenizar o problema no curto prazo.

A administração municipal deveria abrir um fórum de debates para discutir o problema da Inclusão Social em nosso município. Um fórum que funcionasse de verdade, com a presença do público, das entidades civis, atores fundamentais para a discussão dos problemas que afetam toda uma comunidade. O grande problema é que a atual administração não se mostra muito sensível para essa prática de conversar com a comunidade. Tanto é que em Viseu, apesar da existência dos três poderes (executivo, legislativo e judiciário), só existem dois que efetivamente atuam: O executivo e judiciário. O Legislativo, é inteiramente submisso ao executivo: não funciona!

Como você pôde ver, os desafios da mobilidade urbana no Brasil são muitos e não são fáceis de serem resolvidos. O que não quer dizer que não há o que fazer para mudar essa realidade. Pelo contrário, o início dessa mudança só depende de cada um de nós adotar novos hábitos e passar a exigir o atendimento de nossos direitos constitucionais.

Agora que você já aprendeu um pouco mais sobre o assunto, que tal continuar se informando e virar especialista nos desafios da mobilidade urbana no Brasil? É a melhor forma de contribuir para tornar o Município de Viseu um município inclusivo de fato, não apenas nas redes sociais.

VII.      FORMAÇÃO DE GRUPOS DE INTERESSE COM SENTIDO COLETIVO

            O estimulo para a criação de um Grupos de Interesse com Sentido Coletivo, que manifeste o compromisso de contribuir com a administração do Município, com ampla participação da sociedade civil, seria um começo ideal para mudar a realidade de Viseu. Fica essa sugestão ao governo municipal.

            Hoje preconiza-se a existência de cidades inteligentes. Aliás essa a questão será tema de um evento que será realizado em Brasília, no período de 07 a 10 de dezembro, direcionado para vereadores de todo o Brasil, que está sendo promovido pela Associação Brasileira de Câmaras Municipais – ABRACAM. Vereadores de Viseu foram convidados. Mas, nenhum manifestou interesse em participar desse evento.

Precisamos ter em mente que o conceito de acessibilidade pressupõe a remoção de barreiras arquitetônicas, comunicacionais, metodológicas, instrumentais, pragmáticas e atitudinais. Nesta visão, o termo “acessível” se torna um atributo essencial do ambiente que garante a melhoria de qualidade de vida para todas as pessoas, com ou sem deficiência.

Está chegando a hora de começarmos a mudar essa história!

No ano de 2022 vamos ter eleições gerais...

IMAGENS APENAS DE RUAS DA SEDE DO MUNICÍPIO - DAS VILAS É MELHOR NEM MOSTRAR. 

Ruas sem o calçamento 

Calçadas desniveladas


Mais um exemplo da prejuízos a locomoção  

Manequins de lojas nas calçadas 

Absurdos: No lugar de uma calçada, escadas

Calçadas desniveladas, veículos estacionados

Estacionamento de veículos nas calçadas 

Mais exemplos de estacionamentos irregulares

Atravessando cruzamento com sinal fechado

Trafegando na contramão

Direção perigosa: Trafegando em pista em sentido contrário ao fluxo


Vias sem calçamento e detalhe absurdo: o Muro é de um terreno da prefeitura

O Muro da prefeitura de um outro ângulo



Material de construção no leito da calçada 

Associação Comercial: Entulho sobre a calçada

Estacionamento irregular de veículos - ao lado de uma
secretaria municipal  

Calçadas tomadas por tabuleiros

Mais absurdos: por onde os pedestres vão andar? 

Calcadas muito estreitas

Calcadas desniveladas



Mais um exemplo de calçadas desniveladas

Câmara Municipal: Calçadas desniveladas.
O exemplo deveria começar por onde se tem a obrigação de fiscalizar
 

Entrada da Câmara Municipal de Viseu 

Ruas de Viseu: Asfalto novo, problemas antigos 

Ruas centrais da cidade de Viseu 

Asfalto novo: Mas cadê as calçadas? 



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