Viseu: 125 de história Imagem: ASCOM/Viseu |
A MOBILIDADE URBANA NO BRASIL
O trânsito caótico das grandes cidades é um problema
que cresce a cada ano. Ele é apenas um dos reflexos dos desafios da mobilidade
urbana no Brasil, a qual tem sido amplamente discutida nos últimos anos não
apenas pela sociedade civil como também pelas entidades dos setores públicos e
privados.
O direito de ir e vir esbarra nas dificuldades do
compartilhamento das vias entre pessoas, carros, motos, bicicletas, caminhões e
ônibus, tabuleiros, churrasqueiras, calçadas desniveladas, construções que não
respeitam o código de postura, estacionamento de veículos irregulares, tudo
isso causando grande desconforto.
A necessidade de melhorias na mobilidade urbana nunca
foi tão urgente, mas, para propor soluções, é preciso conhecer melhor as
dificuldades enfrentadas. Por isso, neste artigo, listamos aquelas que são mais
relevantes, além de algumas sugestões de alternativas que podem ser adotadas no
curto prazo. Confira!
DESAFIOS DA MOBILIDADE URBANA EM
VISEU
Em nosso Município, principalmente na sede, a
mobilidade urbana enfrenta diversos tipos de desafios. Contudo, alguns deles se
destacam por seu impacto e tendência de agravamento. Vamos entender cada um
deles mais a fundo a seguir:
I. AUMENTO
DA POPULAÇÃO NOS NÚCLEOS URBANOS
Nosso município possui mais de 60 mil habitantes. A
dificuldade que as pessoas enfrentam nas vilas da zona rural, com relação à
saúde e educação, principalmente, provoca o deslocamento de moradores do campo
para a cidade. Esse deslocamento provoca o fenômeno do enchimento das cidades.
A busca de moradia resulta no surgimento de áreas sem o mínimo de estrutura:
unidades residenciais sem a estrutura necessária, ruas mal planejadas,
abastecimento de água precário, distribuição de energia elétrica não
apropriada, falta de segurança, enfim uma gama de problemas que só faz se
ampliar devido a inercia do poder público em agir no momento apropriado.
Esse volume crescente de habitantes gera um fluxo
maior de deslocamento durante o dia, principalmente nos horários de pico,
quando as pessoas estão indo ou voltando. Sem investimento em renovações na
malha viária ou na implementação de meios de transporte de baixo impacto e na
falta de respeito ao código de postura de município (será que isso existe em
Viseu – procurei a Lei específica e não encontrei?).
II. INFRAESTRUTURA
DESPREPARADA
Enquanto a população cresce, a infraestrutura segue
estagnada no tempo. Boa parte das cidades mais populosas do país surgiram na
época em que não havia carros nas ruas e as necessidades de mobilidade eram
outras.
Diante
disso, é bastante comum encontrar vias muito estreitas, com passeios
inadequados e falta de espaço para incluir uma ciclovia ou até mesmo uma
calçada para pedestres.
Em alguns casos, adotar a mão única já não é mais
suficiente para suportar o volume do tráfego, pelo intenso trafego das cidades
e pelo desrespeito às leis do transito. Em Viseu é frequente o trafego de
veículos em via dupla, quando a via possui a sinalização para funcionar em
apenas um sentido.
Como não existe um sistema de fiscalização de trânsito
no município (se tem não funciona). O caos toma conta, principalmente das ruas
centrais da sede do Município.
Nas
vilas nem se comenta, os problemas são ainda maiores.
III. FALTA
DE INVESTIMENTO
Se, por um lado, algumas vias são mais complicadas,
outras poderiam ser adaptadas de forma mais fácil. O problema é que obras dessa
natureza demandam investimentos, principalmente do setor público. Logo, além de
ser um processo demorado, outras questões acabam ganhando prioridade, e a
mobilidade urbana fica em segundo plano.
Um exemplo marcante desse problema é o que acontece na
Ponte da Orla de Viseu. Teve um pequeno trecho construído sem obedecer às
especificações técnicas de preparo do concreto, precisou ser refeito. Já faz um
longo tempo que está fechada para o transito de veículos, prejudicando
sensivelmente o conjunto da obra, que por sinal, depois de concluída ficará
muito bonita.
Há
pouco tempo estive visitando a cidade. A ponte não estava aberta ao trânsito,
sequer de pequenos veículos.
IV. MUITOS
VEÍCULOS NAS RUAS
A quantidade de veículos circulando todos os dias
pelas ruas da sede do município embora seja pequena, já se provoca momentos de
caos no trânsito. Automóveis, Motocicletas, Bicicletas, se misturam aos
pedestres que circulam pelo leito das ruas de cidade. Aliás, caminhar pelas
ruas é a única alternativa para os pedestres em Viseu, uma vez que a maioria
das ruas não possui calçadas, principalmente as ruas da periferia.
Já, as ruas do centro de cidade, além do desnível
acentuado que existe nas calçadas, a quantidade de tabuleiros de lojas,
churrasqueiras para assar frangos e churrascos é muito grande, prejudicando a
mobilidade e acessibilidade das pessoas, principalmente, de pessoas portadoras
de alguma deficiência física (esse vivem o seu calvário m Viseu.
V. ACESSIBILIDADE
ÀS PRAÇAS, ESCOLAS E PRÉDIOS PÚBLICOS
Segundo um morador da Vila de Fernandes Belo, que
pediu para não ser identificado, “A praça que é um dos únicos locais de lazer em nossa Vila,
não oferece nenhum tipo de acessibilidade a cadeirantes, assim como para outros
deficientes; As escolas também não possuem estrutura o suficiente para receber
esse público; e Os principais órgãos públicos não possuem acessibilidade
suficiente”. Finalizando diz ainda: “Traduzindo, a minha cidade não é acessível
para um público que assim como os demais também tem plenos direitos assegurados
na constituição”.
Excetuando as escolas que estão sendo recém
construídas, as escolas do município não possuem a acessibilidade
inclusiva,
VI. ALTERNATIVAS
PARA SUPERAR ESSES DESAFIOS
Todos esses desafios da mobilidade urbana em Viseu são
complicados de serem resolvidos. Uns envolvem investimentos (públicos ou
privados); outros, questões estruturais das cidades. Contudo, existem mudanças
que podem amenizar o problema no curto prazo.
A administração municipal deveria abrir um fórum de
debates para discutir o problema da Inclusão Social em nosso município. Um
fórum que funcionasse de verdade, com a presença do público, das entidades
civis, atores fundamentais para a discussão dos problemas que afetam toda uma
comunidade. O grande problema é que a atual administração não se mostra muito
sensível para essa prática de conversar com a comunidade. Tanto é que em Viseu,
apesar da existência dos três poderes (executivo, legislativo e judiciário), só
existem dois que efetivamente atuam: O executivo e judiciário. O Legislativo, é
inteiramente submisso ao executivo: não funciona!
Como você pôde ver, os desafios da mobilidade urbana
no Brasil são muitos e não são fáceis de serem resolvidos. O que não quer dizer
que não há o que fazer para mudar essa realidade. Pelo contrário, o início
dessa mudança só depende de cada um de nós adotar novos hábitos e passar a
exigir o atendimento de nossos direitos constitucionais.
Agora que você já aprendeu um pouco mais sobre o
assunto, que tal continuar se informando e virar especialista nos desafios da
mobilidade urbana no Brasil? É a melhor forma de contribuir para tornar o
Município de Viseu um município inclusivo de fato, não apenas nas redes
sociais.
VII. FORMAÇÃO
DE GRUPOS DE INTERESSE COM SENTIDO COLETIVO
O estimulo para a criação de um Grupos de Interesse com Sentido Coletivo,
que manifeste o compromisso de contribuir com a administração do Município, com
ampla participação da sociedade civil, seria um começo ideal para mudar a
realidade de Viseu. Fica essa sugestão ao governo municipal.
Hoje preconiza-se a existência de
cidades inteligentes. Aliás essa a questão será tema de um evento que será
realizado em Brasília, no período de 07 a 10 de dezembro, direcionado para
vereadores de todo o Brasil, que está sendo promovido pela Associação Brasileira de Câmaras Municipais – ABRACAM. Vereadores
de Viseu foram convidados. Mas, nenhum manifestou interesse em participar desse
evento.
Precisamos ter em mente que o conceito de
acessibilidade pressupõe a remoção de barreiras arquitetônicas,
comunicacionais, metodológicas, instrumentais, pragmáticas e atitudinais. Nesta
visão, o termo “acessível” se torna um atributo essencial do ambiente que
garante a melhoria de qualidade de vida para todas as pessoas, com ou sem
deficiência.
Está
chegando a hora de começarmos a mudar essa história!
No ano de 2022 vamos ter eleições gerais...
IMAGENS APENAS DE RUAS DA SEDE DO MUNICÍPIO - DAS VILAS É MELHOR NEM MOSTRAR.
Ruas sem o calçamento |
Calçadas desniveladas |
Mais um exemplo da prejuízos a locomoção |
Manequins de lojas nas calçadas |
Absurdos: No lugar de uma calçada, escadas |
Calçadas desniveladas, veículos estacionados |
Estacionamento de veículos nas calçadas |
Mais exemplos de estacionamentos irregulares |
Atravessando cruzamento com sinal fechado |
Trafegando na contramão |
Direção perigosa: Trafegando em pista em sentido contrário ao fluxo |
Vias sem calçamento e detalhe absurdo: o Muro é de um terreno da prefeitura |
O Muro da prefeitura de um outro ângulo |
Material de construção no leito da calçada |
Associação Comercial: Entulho sobre a calçada |
Estacionamento irregular de veículos - ao lado de uma secretaria municipal |
Calçadas tomadas por tabuleiros |
Mais absurdos: por onde os pedestres vão andar? |
Calcadas muito estreitas |
Calcadas desniveladas |
Mais um exemplo de calçadas desniveladas |
Câmara Municipal: Calçadas desniveladas. O exemplo deveria começar por onde se tem a obrigação de fiscalizar |
Entrada da Câmara Municipal de Viseu |
Ruas de Viseu: Asfalto novo, problemas antigos |
Ruas centrais da cidade de Viseu |
Asfalto novo: Mas cadê as calçadas? |
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