A pauta da sessão na Câmara Federal que deveria ocorrer no
dia 7/05 colocava para votação o PLP 416/2008, que regulamenta o § 4º,
Artigo 18 da Constituição Federal/1988, devolvendo aos Estados a essência do
pacto federativo, ou seja, os Estados membros da Federação voltariam a poder
criar, incorporar, fundir ou desmembrar novos municípios.
Em função do feriado da semana anterior, a mesa da Câmara
deliberou que a pauta da semana 06 a 10 de maio, seria remanejada, assim sendo,
a votação do PLP 416 seria remanejada para a semana seguinte. Lideranças dos
distritos que pretendem sua emancipação político administrativo presentes em
Brasília pressionaram seus representantes na Câmara Federal e conseguiram Votação
de Requerimento em Caráter de Urgência para incluir a votação do PLP na pauta da
sessão do dia 14/05.
O ritmo frenético das votações que ocorrem na Câmara Federal
nos remete a falsa impressão de que os senhores nobres deputados federais digladiam-se
na defesa dos interesses de nossa sociedade, tamanha é a disposição que
conduzem os debates de temas de interesse de grande relevância social (sic). E o
mais impressionante, ainda, é evidencia de graves e irreversíveis divergências que
ocorre entre os membros da base aliada e que estariam ali para apoiar e
defender os interesses do governo que lhes reúne.
Assistindo pela TV Câmara a votação da MP dos Portos, que o
deputado Anthony Garotinho (PR-RJ) batizou de “MP dos Porcos”, notamos que tamanha
é a desfaçatez da relatoria e da maioria dos deputados que apresentaram emendas
aglutinativas, modificativas, supressivas, que ao fim do exame se revelam
totalmente inócuas e algumas delas, contendo verdadeiras armadilhas jurídicas
que tornariam o texto da Medida Provisória em votação inviável sob todos os aspectos.
Essa MP caso aprovada no estado em que se apresenta, corre o risco de
introduzir no texto constitucional mais um componente da tão mal afamada
insegurança jurídica. É grande esse risco!
Na sessão de segunda feira a Câmara Federal convocou os
senhores deputados para a votação da MP dos Portos, diante da eminência de
perda de objeto da MP caso ela não seja votada até o dia 16/05. A falta de
quorum, entretanto, adiou a votação, uma vez que a grande maioria da base
aliada não compareceu para a sessão. Nesse momento, começamos a sentir que mais
uma vez a votação do PLP 416 estava ameaçada. A sessão do dia 14/05 foi toda
ela tomada pela votação da MP dos Portos, com a sessão encerrando-se às 5 horas
do dia 15/05. O texto base foi aprovado, ficando para a sessão dia 15, que começaria
às 11e encerrar horas da manhã, com previsão
para se encerra às 17 horas. Mera ilusão, por já são 21:30 horas e a continua o
impasse.
É de relevância destacar que às 21:28 h deste dia 15/05, o
deputado federal Augusto Maia (PTB-PE), presidente da Frente Emancipalista na
Câmara Federal, assumiu a tribuna tomando as dores dos emancipalistas , vindos
de várias partes do País, presentes na galeria da Câmara, pediu ao
Excelentíssimo Presidente da Casa, deputado Henrique Alves (PMDB-RN) e as
demais lideranças partidárias presentes na sessão, que segurassem suas bancadas
em plenário, de modo a assegurar a votação da matéria de interesse dos
emancipalistas.
Nossos Centuriões da Modernidade presentes em Brasília já declararam
que vão aguardar até o último momento vão permanecer nas galerias da Câmara
Federal, dali só arredando pé após o encerramento da sessão e, de preferência.
Nós que fazemos parte desse movimento coordenando a defesa
dos interesses do povo da região do município de Viseu, conhecido didaticamente
como II Distrito, mais propriamente o
Distrito de Fernandes Belo, lamentamos não poder estar nesse momento presente
nas galerias da Câmara Federal, abatidos que fomos por essa virose que tem
levado muito brasileiro para a cama (e alguns até para a cova). Em outras
oportunidades estivemos ombreados com esse pessoal, que chamo de Centuriões da
Modernidade.
Essa luta vale a pena ser lutada, pois da aprovação do PLP
416 depende o futuro da uma população que vive completamente desamparada pela
administração de seus municípios e vêem na emancipação político administrativa
de seus distritos a forma mais viável de melhorar a qualidade de vida de muitas
comunidades.
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