segunda-feira, 11 de novembro de 2013

A POROROCA DO GURUPI




O cenário político de Viseu está tomando uma nova dimensão. Estamos acompanhando o embate situação e oposição que se desenrola nas redes sociais. As conseqüências o tempo mostrará melhor. 

Aqui deste lado tenho a seguinte opinião a respeito do atual governo. Nos momentos que antecederam as eleições municipais 2012 o então candidato a reeleição humildemente procurou reunir o maior número de partidos para se unirem em torno de seu nome. Reuniu quase todas as agremiações políticas com representação em Viseu. Do outro lado restaram o PMDB, com uma candidatura ilusória e mentirosa; e o PSol, com uma candidatura heróica. Reacendeu-se ali o histórico confronto Davi e Golias. Contrariando a história Golias venceu esse round da luta. Mas a história não terminou em 2012. 

O atual cenário político nacional, com um incontável número de siglas partidárias, floresce a existência de siglas de aluguel. E em Viseu não foi diferente. A maioria das siglas apresentou candidatos para concorrerem ao pleito proporcional. Algumas, entretanto, não tiveram a decência de colocar seus quadros para fazer parte do jogo democrático. Apenas alugaram suas siglas. Infelizmente essas mazelas atrapalham e degeneram o processo político.  

Venceu o gigante e não demorou muito para que o cenário se revelasse. Só alguns poucos que fizeram parte da campanha encontraram abrigo no guarda chuva vencedor. Entendemos a política como um exercício participativo. Se precisamos de companhia na hora da luta, também devemos convidar todos os companheiros para o exercício administrativo da vitória, afinal se houve contribuição, deveria haver retribuição. Retribuição com respeito, não com favores, já que favores só fazem enfraquecer e desmoralizar o processo democrático. Pois somente os incompetentes e os bajuladores se valem de favores para encontrar seu lugar ao sol.
Observando a discussão que se formata nas redes sociais pode-se observar claramente a posição de cada um. Como a discussão está apenas começando não vimos ainda figuras coroadas participando desses debates. A superficialidade das discussões, porém, dá o tom do que será a campanha política de 2016.
Teremos uma prévia em 2014, quando alguns deputados vão tentar renovar seus mandatos e outros, neófitos na vida política, vão também encontrar um lugar na aba do chapéu do comandante. Vai ser nesse momento que os coronéis vão querer mostrar a força de seu poder ou o poder de sua força. Novamente vão procurar alicerçar seu trabalho no arrebanhamento (isso é próprio dos homens do poder) de lideranças políticas para fazerem parte desse processo, pois acreditam que seus argumentos ($$$$$$) serão suficientes para angariar a simpatia daquelas lideranças comunitárias. Mas pode haver surpresa. 

O grito que vem das ruas, ensaia Brasil afora, uma mudança de paradigma. E isso pode mudar um pouco esse panorama, pois nossa juventude que estava sumida das ruas desde o “Diretas Já!”, do “Fora Collor!”, mostra que vai voltar às ruas pedindo a saída de forças que pouco contribuem para o engrandecimento de nossa região. Volta para exigir o que é seu de direito. A consciência cívica vai falar mais alto, e isso quem vai sentir é aquele que está acostumado a vencer na política a custa do sofrimento do cidadão desamparado que não onde buscar apoio. 

Na Amazônia existe um fenômeno muito conhecido que agita os rios da região: A Pororoca, um fenômeno natural caracterizado por grandes e violentas ondas que são formadas a partir do encontro das águas do mar com as águas do rio. Existem várias explicações para este fenômeno, mas a principal diz que sua causa deve-se à mudança das fases da lua, principalmente nos equinócios que aumenta a propensão da massa líquida dos oceanos proporcionando grande barulho. Momentos antes de sua chegada cessa o barulho e então reina o silêncio. Este é o sinal de que é melhor procurar um local seguro para que a força da água não cause nenhum estrago. 

As oposições do município de Viseu estão reunindo forças, esperando talvez, a conjugação das forças lunares, as melhores fases da lua. Movimentos em vários sentidos vem sendo observados e como as força das águas da Pororoca, esse movimento oposicionista cuja tendência é derrubar barrancos, deixando as claras o estrago que foi feito em Viseu ao longo dos anos.

A Pororoca do Gurupi vai mostrar a sua força indômita, sua pujança, disso temos certeza.  

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