quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

MARGARIDA SCHIVAZAPPA – A Primeira Dama do Teatro Paraense (Por Antonio Pantoja)


Margarida Schivazappa nasceu na Rua Nova de Santana , em Belém, capital do Estado do Pará no dia 10 de novembro de 1895. Filha de Henrique Schivasappa e Corina da Costa Schivasappa, estudou no Instituto Carlos Gomes obtendo bolsa de estudos para fazer aperfeiçoamento no Conservatório de Canto Orfeônico, tendo sido a primeira paraense diplomada por aquele instituto .


A PROFESSORA DE CANTO CORAL
Em janeiro de 1931 foi nomeada para exercer o cargo de Professora de Canto de Canto Coral dos grupos escolares e escolas isoladas da capital, chegando a exercer o cargo de Superintendente de Ensino de Canto Orfeônico. Em julho de 1939 no Rio de Janeiro, submeteu-se a prova de aproveitamento no Conservatório Nacional de Canto, realizando prova escrita e prova de execução, figurando na banca examinadora nomes de reconhecido mérito musical como: José Candido de Andrade Murici, Arnaldo de Azevedo Estrela e Heitor Villa-Lobos.
Quando retorna do Rio de Janeiro organiza em Belém, sob inspiração do maestro Heitor Villa-Lobos, concentrações orfeônicas, usando como palco o Teatro da Paz, a Praça da República e o estádio de futebol do Clube do Remo.
Em 1939, no dia 06 de setembro, realiza demonstração orfeônica na Praça da República a professora Margarida Schivazappa quando acompanhada das auxiliares: a orientadora Judith Monarcha e Pepes, Irene Leal, Sizelíbia Rodrigues, Amélia Canário, Odete Nobre, Maria Antonia Ribeiro, Luzia Cardoso e Anthusa Costa regeram um coral de 1.500 alunos da rede pública.
No Instituto de Educação no Rio de Janeiro, em 25 de maio de 1944, a Professora Margarida Schivazappa realizou estágio de aperfeiçoamento nos cursos de Música do Departamento de Música daquele Instituto, obtendo nota cem (100) nas provas escritas de: Estética, Fisiologia e Folclore.
Na prova de Execução também obteve nota máxima: Orientação, Prática de Conjunto, Teoria aplicada, Canto Orfeônico, Solfejo e Ditado, Fisiologia e Técnica Vocal, Prática Orfeônica, Ritmo e Regência.
Em 22 de dezembro de 1944, foi nomeada para a cadeira de professora de Canto Orfeônico da Escola Industrial de Belém. Em dezembro de 1944 no Conservatório Nacional de Canto Orfeônico, realiza exame de Prosódia no Canto Orfeônico, Psicologia Educacional, Biologia Educacional e de Terapêutica pela música para formação de Professores Especializados em Canto Orfeônico. Durante a realização do curso a Professora Margarida Schivazappa apresenta trabalho sobre Canto Orfeônico onde defende a tese em que considera a disciplina “o mais completo sistema pedagógico para a educação do povo”:
Em 15 de abril de 1944 no Conservatório Nacional de Canto Orfeônico, no Rio de Janeiro, submeteu-se ao exame no Curso de Emergência, tendo na banca examinadora o maestro Heitor Villa-Lobos.
Em 1945 assume a cadeira de professora de Canto Orfeônico do Colégio Suíço Brasileiro Em 1948 passa a lecionar Canto Orfeônico no Colégio Moderno. Chegou também a lecionar a disciplina nos colégios Nossa Senhora do Carmo e no Instituto Gentil Bittencourt. Em 7 de fevereiro de 1952 foi nomeada para exercer interinamente o cargo de professor na Escola Franklin Roosevelt, da rede municipal.
Além de professora de Canto Orfeônico a Professora Margarida Schivazappa deixou outras contribuições para nossa cultura. Folclorista, membro da Academia Paraense de Teatro, Diretora de Teatro, Carnavalesca, Fundadora da Sociedade Paraense de Educação, entidade que viria mais tarde criar a Fundação Pestalozzi do Pará que hoje mantém a Escola Lourenço Filho, dedicada ao ensino de pessoas portadoras de necessidades especiais.
É inquestionável a importância do legado da Professora Margarida Schivazappa para a formação cultural da juventude daquela época. Na tentativa de recolher material para a pesquisa , entre as várias incursões cheguei até o senador Jarbas Passarinho em Brasília, já que sua falecida esposa, Dª. Ruth Castro, em sua juventude, atuara no Teatro do Estudante do Pará, ao lado do irmão Hélio Castro, que em sua resposta que abaixo transcrevemos revela muito bem a importância da notável mestra para a cultura de nosso Estado:

“Sua carta me fez recordar as lembranças que minha querida Ruth referia à professora Margarida Schivazappa, que empolgou a juventude não só de minha saudosa esposa como de moças e rapazes que ao tempo tinham verdadeira admiração pela notável professora que os iniciou na representação teatral, despertando vocações e prestando um belo serviço a cultura. Ainda tenho fotos da época. Saudações. Brasília-DF, 08.02.1995. Jarbas Passarinho”.

Antonio Pantoja é bacharel em Ciências Econômicas, estudante de Direito (FAP-Belém), aposentado e pesquisador nas horas vagas.

3 comentários:

  1. Gostaria de saber, a data e o ano da morte de Margarida Schivazappa.

    Rui Sousa

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  2. Gostaria de saber, a data e o ano da morte de Margarida Schivazappa.

    Rui Sousa

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  3. Gostaria de saber, a data e o ano da morte de Margarida Schivazappa.

    Rui Sousa

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