O MAIOR ESPETÁCULO DA TERRA
O Comitê Estadual de Combate a Corrupção – CECC – disse em
alto e bom som que as eleições do último domingo, segundo turno, foi a eleição
mais corrupta do Brasil.
O CECC precisava acompanhar mais de perto o que aconteceu nos
municípios mais pobres de nosso Estado. É impressionante o cinismo daqueles
políticos que tinham a seu dispor recursos amealhados sabe-se lá de que forma e
que acabaram comprando seus mandatos.
Para o eleitor que detenha um mínimo de consciência política
aceitar a farra financeira promovida para obter mandatos não é muito simples
não.
Vamos fazer um simples exercício: Consideremos o valor do
salário de um vereador em um pequeno município.
Afinal, o salário de um vereador nesses pequenos não passa de
R$ 3.000,00 (Tres mil reais), brutos. Se multiplicarmos esse valor por 13, o
vereador vai receber por ano a importância de R$ 39.000,00(Trinta e nove mil
reais), brutos. E se multiplicarmos esse valor anual por 4, teremos R$
156.000,00 (Cento e cinqüenta e seis mil reais), brutos.
Deduzidos os descontos que beiram em torno de 20% (vinte por
cento, ele já deixa de receber R$ 31.200,00
( Trinta e hum mil e duzentos reais).
Imaginemos que esse vereador seja solteiro, ele vai “gastar”,
sem fazer farra, 40% (quarenta por cento) de seus ganhos em despesas pessoais,
ou seja, R$ 62.400,00 (Sessenta e dois mil e quatrocentos reais); se for casado
essa despesa atinge aproximadamente 60% (Sessenta por cento), ou seja R$
93.600,00, nos quatro anos.
Ele como vereador terá
certas despesas para a manutenção de seu mandado. Estimemos isso em 20% (Vinte por cento) de seus vencimentos, R$
31.200,00. Incrível, não sobra dinheiro nem para comprar uma simples Coca Cola!
Observem que considerando-se essas margens mínimas, como esse
pobre vereador vai sobreviver comesse
salário ? E mais, como o eleitor, esse pobre coitado, vai aceitar, que um
vereador que por ano recebe legalmente apenas R$ 156.000,00 (Cento e cinqüenta e
seis mil reais) brutos e para se eleger gasta mais de R$ 500.000,00(Quinhentos
mil reais)? Como é que a sociedade vai aceitar isso como uma despesa legítima. E o que é mais grave ainda, se para se eleger
gasta recursos imensuráveis (de vem esses recursos?); o que ganha do poder
público mal ampara suas despesas legais; como se pode explicar o patrimônio que
alguns políticos conseguem sem ter uma atividade que lhes proporcione rendas
suficientes para justificar esses patrimônios?
Afinal, o Rei Midas, aquele que em tudo tocava se
transformava em ouro só existe nas fábulas. A sociedade gostaria de ter uma
explicação sobre esse fenômeno.
Vem aí as prestações de contas. O prazo final para quem se
elegeu em 1º turno é 06/11. E o prazo para que se elegeu em 2º turno é 2711.
Vai ser muito interessante conferir algumas delas, não acham?
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