Uma grande verdade! |
Ontem dia de finados, mais uma vez visitei
os cemitérios de Santa Izabel e Recanto da Saudade. Naqueles Campos Santos
repousam os restos mortais de pessoas de minha família.
Nossa família mudou para Belém no ano
de 1962. Nesses anos todos, ascendentes ou descendentes de meus pais, são
poucos os que já nos deixaram.
A primeira a nos deixar foi nossa avó
Carolina Maia da Silva. Nascida em 01 de maio de 1881, faleceu aos noventa e três
(93) anos de idade, no dia 18 de janeiro de 1974. Já se vão cinquenta e sete
(57) anos de sua partida. Nossa avó Carolina nos deixou lembranças memoráveis,
principalmente as histórias de sua convivência com seu marido.
Aqui repousam os restos morais de meus avós |
Logo depois, partiu para a morada
eterna, nosso avô, Francisco Inácio da Silva. Este, um homem que sabia viver.
Nordestino, veio para o Pará naquela leva de imigrantes como Soldado da Borracha.
Não se deu bem no trabalho de seringueiro. Em suas andanças conheceu aquela
mulher de cabelos alourados, viúva, com uma filha pequena. Casou-se com ela e
nos deixou histórias engraçadas que até hoje povoam nossas lembranças.
Meus avós estão sepultados no
Cemitério de Santa Izabel, no bairro do Guamá.
Depois, foi a vez de nosso pai, Joao Pantoja.
Este sim, deixou um legado memorável. Muitas histórias que dia a dia são
relembradas com muito humor. Era uma cara formidável. Seus restos mortais
encontram-se no Campo Santo denominado Recanto da Saudade, Quadra D – 24.14.
João Pantoja 12.07.1917 a 20.08.2005 |
Marcio Antonio, sobrinho, que a morte
repentina o levou. Era um período de carnaval e o mesmo tinha ido até o
interior passar o carnaval na casa de um parente. Ali a fatalidade o encontrou.
O Márcio também está no Recanto da
Saudade.
Marcio Antonio 16.10.1975 a 20.02.2012 |
Teve um anjinho que passou como uma
leve brisa. Meu neto, nasceu prematuro e sua passagem em nossas vidas foi muito
curta: Gael. Para este estou devendo uma visita. Me penitencio pela falta. Mas,
vou pagar minha dívida. Em breve estarei visitando seu túmulo.
Em cada país deste mundão, os mortos
são reverenciados de uma maneira diferente. Em alguns lugares as famílias se reúne,
para chorar seus mortos. Em outros, fazem festa, para relembrar os momentos
felizes. Eu não costumo chorar nem tão pouco fazer festa. Apenas visito seus
túmulos para prestar-lhes uma homenagem. Para mostrar que continuam vivos em
minha lembrança.
Santo Agostinho disse: “Eu não estou longe, apenas estou do outro
lado do Caminho...”.
Pensando bem, nossa avó Carolina
passou para o outro lado do caminho há cinquenta e sete (57) anos. Esse tempo
todo, todos os anos, eu visito seu túmulo. Mesmo quando morava fora de Belém,
lembro, que sempre nessa data, vinha cumprir minha missão. A Exceção foi o ano
de 1984 (estava em Xinguara e a viagem para Belém era muito difícil). Depois,
com o passar do tempo minhas visitas a seus túmulos sempre acontecem em três datas:
Dia das Mães, dia dos Pais e dia de Finados.
Nesses dias aproveito para refletir a
vida: às vezes, perdemos tanto tempo em não querer aqueles que gostam de nós, sem
perceber que um dia estaremos sozinhos sem ninguém por perto.
A vida bem poderia nos deixar boas lições:
1. Só se perde aquilo que não se guarda dentro de si!
2. Não desaparecem os que morrem e sim os que são esquecidos!
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