domingo, 14 de novembro de 2021

J. R. GUZZO - DEMOCRACIAS GRÁTIS: Leituras que valem a pena

Sua Excelência o Eleitor: O elo mais forte da corrente democrática

O Congresso brasileiro é ruim? Sim, o Congresso brasileiro é muito ruim. Ruim? Para falar sinceramente, é pior do que ruim; podem chamar de péssimo que ele atende. Feita essa primeira constatação há a segunda: este é o único congresso que temos. Não dá para chamar o Parlamento da Suécia, por exemplo, e pedir que ele faça as nossas leis. Também não dá, pelas mesmas razões, para terceirizar a tarefa em favor do Congresso da Venezuela (O PT, PSol, etc, pelo que vivem dizendo iriam gostar muito, mas não vaio dar, pelo menos por enquanto.)

É um problema e tanto. O Brasil é uma democracia, pelo que está escrito na Constituição, e na democracia brasileira quem faz as leis são a Câmara dos Deputados e o Senado Federal. E se elas forem ruins? Paciência: todo o mundo vai ter que aguentar. “Estado de direito” é isso. Só deputados e senadores eleitos em voto livre, secreto, universal e obrigatório pela população estão autorizados a escrever e apoiar leis. O Poder Executivo tem de cumprir o que foi aprovado e o Poder Judiciário tem de julgar se a lei aprovada está sendo cumprida. Não está escrito em nenhum lugar que as leis devem ser boas; apenas o Congresso tem o direito e a obrigação de fazer cada uma delas.

Também não se prevê na Constituição nenhum mecanismo de controle de qualidade em relação aos deputados e senadores. O sujeito ode ser um Churchil ou um Tiririca, tanto faz; se for maior de idade, passar no teste de alfabetização e receber os votos necessários para ser eleito, está dentro, e tem o direito legal de aprovar ou recusar o que lhe der na telha. A Constituição não diz que a Ministra Rosa Weber, digamos, tem de gostar da lei para ela valer; pode ser um a pena, mas o que se vai fazer? É assim.

Tudo isso parece muito claro, mas não é. Na vida real, pelo menos, não é, pois não está acontecendo no Congresso nada do que a Constituição diz que deve acontecer. A Câmara dos Deputados aprovou, de forma legítima e legal, uma lei sobre o pagamento de emendas parlamentares. Não valeu nada. A Ministra Weber não concordou com o texto aprovado e o Supremo Tribunal Federal, muito simplesmente, vetou a lei que os deputados tinham acabado de colocar em vigor.

As emendas parlamentares são uma aberração, e a lei nova sobre ruindade velha, só piora o que nunca prestou. Mas são frutos direto da democracia brasileira, tal como ela está organizada; é o preço que se paga pelo estado de direito. O STF quer uma democracia grátis – ou obediente a ele. Só está produzindo desordem.

Guzzo, J. R.: DEMOCRACIA GRÁTIS. Jornal O Liberal. Caderno Cidades. Seção atualidades. Página 2. Edição de 14.11.2021. Belém – Pará.

FALA DO REPLICADOR:

E Câmara de Vereadores de seu Município? Como está a sua produção legislativa? As leis que seus representantes têm aprovado são boas? Estão indo de encontro à necessidade do povo? Seu voto valeu a pena? Vem aí a votação do orçamento para o ano de 2021. Você foi chamado para participar de alguma Audiência Pública para a elaboração da LDO – Lei de Diretrizes Orçamentárias? Sabe se seu vereador propôs alguma emenda a essa lei colocando alguma obra ou serviço prioritário para sua localidade, seu Distrito? E quanto à Lei Orçamentária Anual – LOA, para o ano de 2021, seu vereador já discutiu alguma coisa com sua comunidade?

Como deveria ser do conhecimento de todos, a peça orçamentária precisa ser amplamente debatida com a sociedade (deveria) . Seria importante que cada cidadão manifestasse sua opinião à respeito da matéria que trata a questão orçamentária de um município, afinal, ali vai ser decidido o destino dos recursos públicos.

Na administração de um município, os ocupantes dos poderes Executivo e Legislativo são escolhidos pelo voto popular. São produtos de uma manifestação individual, que somada, resulta em um prefeito e um vice-prefeito e uma bancada de vereadores. O prefeito para assumir o Poder Executivo e os vereadores para o Poder Legislativo. Cada um com sua missão institucional.

O Prefeito para executar o orçamento e os vereadores para legislar e fiscalizar os atos do poder executivo. No seu Município está acontecendo isso? Seu prefeito está cumprindo tudo aquilo que prometeu em Campanha para sua eleição? E os vereadores, cumprem com o seu papel de legislar e fiscalizar?

Você, eleitor, sabe quantos projetos de lei de iniciativa dos vereadores já foram aprovados na Câmara municipal de seu Município? Lembre-se, eles são seus representantes. Foram eleitos para representá-lo, ser o seu LEGISLADOR. Ser o seu FISCAL.

Estamos na porta de novas eleições para Presidente, Governador, Senador, Deputado Federal e Deputado Estadual. Sabe o papel de cada um nesse processo?

Lembre-se o elo mais forte dessa corrente é o eleitor. Mas, geralmente, se comporta como o mais fraco, o mais dependente, o mais desrespeitado ao longo do processo.

VAMOS MUDAR ESSE QUADRO?

 

Charge: https://www.oliberal.com/esportes/2.898/campanhas-eleitorais-e-a-saturacao-do-eleitor-na-charge-do-dia-1.318937 

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