quinta-feira, 11 de novembro de 2021

VISEU: As lições do seminário Amazônia in loco

 

Seminário Amazônia in  Loco 
Olhando o futuro de Viseu  

O seminário Amazônia in loco contou a participação de representantes de onze (11) países. Promovido pela Eurocâmaras Brasil, Câmara de Comércio da Finlândia no Brasil (Finncham Brazil) e Câmara Oficial Espanhola de Comercio no Brasil. A questão ambiental é um tema central na agenda de todos e, dentro dela, a Amazônia vem ocupando um lugar de destaque. Para que se possa discutir esse tema, nada melhor do que organizar um seminário com a participação de autoridades, diplomatas, empresários e experts e realizá-lo em loco, na porta de entrada da Amazônia brasileira, o Estado do Pará.

Um tema prendeu minha atenção: A Bioeconomia. O Município de Viseu localiza-se em uma Região possuidora de um riquíssimo bioma, porém, não se percebe nenhuma atividade planejada, coordenada, executada pelo poder público em busca de mudar esse paradigma. O executivo não promove ações nesse sentido. O legislativo não demonstra a menor preocupação em legislar e aprovar leis que possibilitem o desenvolvimento de ações dessa natureza. A propósito, para que serve o Legislativo de Viseu?

A informação é útil e necessária para a escolha de caminhos 

Os poderes constituídos no Município de Viseu, vivem ao largo dessa legislatura  carente de iniciativas, sem demonstrar um olhar preocupado com a sustentabilidade da Região.

Não precisa ir muito longe. Basta retornar para os últimos quatro governos que administraram o município e ver que ao longo desses anos, vários prefeitos, com diferentes perfis se sucederam nessa missão: Dra. Astrid Cunha, Engenheiro Alfredo Amin, Cristiano Vale e atualmente Isaias Neto.

Desses quatro diferentes governos, apenas no último, certa vez, mostrou uma preocupação com a geração de emprego e renda no município. Criou a Sala do Empreendedor (que eu cheguei a criticar pela forma como foi criada). Mas, desde o início, a iniciativo mostrou que aquela ação não passava de um “balão de ensaio”. Como pensar em empreendedorismo se na abertura da sala não se convidou para o evento nenhum dos agentes de fomento à produção. Por isso, para mim, não passou de uma pirotecnia administrativa tentando mostrar a comunidade viseuense algo que não existia e nunca existirá, pela falta de interesse da gestão.

Aliás, é corrente, hoje, observarmos que existe a preocupação em tornar a administração  midiática. Muita publicado e pouco efeiito prático. Uma postagem nas redes sociais, uma foto para colocar na parede, é o instrumento mais utilizado por muitos dos atuais administradores do município.

E no dia seguinte? O que acontece? Nada!

Lamentavelmente a sociedade viseuense é mera observadora. A administração se mostra confortável diante do quadro. Não existe fiscalização para seus atos (a Câmara de Vereadores não cumpre seu papel institucional). Por isso, os administradores fazem do jeito que querem. Não do modo que deveria ser. 

Muitas ações, se tivermos o cuidado de voltar um pouco no tempo, não passam de engodo, de mentiras, de “fogo de palha”. Não se sustentam. Foram feitas no calor da emoção. E fica por isso mesmo. Não existe fiscalização.

A Câmara de Vereadores que teria o papel de fiscalizar os atos do executivo não passa de um mero apêndice do Executivo. Só faz o que prefeito quer. Para comprovar isso, basta acessar o Portal de uma Câmara e constatar a inutilidade dessas estruturas. São raríssimas as Câmaras que efetivamente cumprem seu papel. Ao acessar esses portais percebemos que a produção legislativa no exame de matérias de interesse do legislativo é mínima, no caso do MUnicípio de Viseu, nula. Todos vêm recheados de requerimentos ao executivo (e o executivo sequer acusa o recebimento dessas matérias – será se a mesa da Câmara pelo menos encaminha esses requerimentos para o poder executivo?). A maioria das matérias leguslativas (Projetos de Lei) aprovadas (para não dizer a totalidade) são de interesse do executivo. Mas isso merece matéria especial.

Fica difícil pensar em geração de emprego e renda em um Município se não percebemos nenhum tipo de planejamento nesse sentido. Falo de planejamento, não de fotos e imagens. Foto por foto, eu tiro com qualquer autoridade, até com o presidente da República. Queremos ver ações efetivas. 

Esse seminário Amazônia in Loco, deixou uma grande lição! 



Antonio Pantoja

Presidente da Comissão Municipal do PDT/Viseu

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