Praça da República |
Havia muito tempo que não dava um passeio pelo centro de Belém. Curiosamente, o corre corre do dia a dia, nos leva a caminhar pela cidade, sem prestar muita atenção nas belezas que nos cercam. Hoje foi um dia diferente.
Logo cedo, fui até o cemitério visitar o túmulo de meus
avós maternos, meu pai e meu sobrinho. Terminei minha missão bem cedo. Sem ter
muito o que fazer, resolvi dar um passeio pela mais charmosa avenida de Belém,
a Avenida Presidente Vargas.
Comecei lá pela confluência da Presidente Vargas com a
Gama Abreu. Dois suntuosos prédios: O Instituto de Educação do Pará e o
Edifício Manoel Pinto da Silva. Não colhi o registro fotográfico de nenhum
desses dois monumentos.
Começo minha caminhada pela Praça da República por um
local, onde, salvo engano, era o local em que nos tempos de Belém Império,
ficava a forca, onde eram castigados aqueles que mereciam esse castigo. Também,
ali, também, se não me trai a memória, foi o primeiro cemitério de Belém. Antes
tinha uma placa de sinalização turística. Hoje não existe mais.
Aqui era a forca |
Caminhando um pouco mais chego até o coreto que fica
atrás do Teatro da Paz. Aquele coreto foi por alguns anos o reduto do
Albertinho Bastos, figura icônica de nossa cultura paraense. Quando realizava a
pesquisa que resultou na obra biográfica da professora Margarida Schivazappa, a
Primeira Dama do Teatro Paraense, colhi um depoimento do professor Gelmirez de
Melo e Silva, que dizia, que o coreto, as vezes era usado pelos membros do
Teatro do Estudante do Pará para fazer seus ensaios. Do coreto olhamos para os
fundos do Theatro da Paz.
O coreto do Albertinho Bastos e da Margarida Schivazappa |
Theatro da Paz visto pelos fundos |
Sigo pela calçada da Praça da República e paro diante de um banco, que fica bem em frente ao Hotel Princesa Louçã, antes Hilton Hotel e muito antes, O Grande Hotel, sacrificado em nome da modernidade. Aquele banco também tem um simbolismo muito forte. No tempo que a Avenida Presidente Vargas era o templo dos grandes carnavais, havia um bloco carnavalesco formado por jovens da alta sociedade paraense: Unidos da Bandalheira. Aquele banco era o ponto de concentração dos brincantes. Próximo do banco havia também a estátua de uma sereia de bronze. Sumiu! Ninguém sabe, ninguém viu...
O Banco do Unidos da Bandalheira |
Hino a Belém: Bom dia Belém! |
O Bar do Parque |
Tapioquinha com suco de laranja |
O Núcleo de Artes da UFPA |
Teatro Waldemar Henrique |
Presidente Vargas deserta |
Companhia das Docas do Pará |
Pedro Teixeira |
Refrescando o calor |
Bom Dia Belém!
Adalcinda Camarão
e Edyr Proença
Há muito que aqui no meu peito
Murmuram saudades
azuis do teu céu
Respingos de
orvalho me acordam
Luando telhados
que a chuva cantou
O que é que tens
feito, que estás tão faceira
Mais jovem que os
jovens irmãos que deixei
Mais sábia que
toda a ciência da terra
Mais terra, mais
dona, do amor que te dei
Onde anda meu
povo, meu rio, meu peixe
Meu sol, minha
rede, meu tamba-tajá
A sesta, o sossego
na tarde descalça
O sono suado do
amor que se dá
E o orvalho
invisível da flor se espalhando
Cantando cantigas
e o vento soprando
Um novo dia vai
enunciando, mandando e
Cantando cantigas
de lá
Me abraça apertado
que eu vou chegando
Sem sol e sem lua,
sem rio e sem mar
Coberta de neve
Levada no pranto
dos rios que correm
Cantigas no ar
Onde anda meu
barco de vela azulada
De foi depenada
sumindo sem dó
Onde anda a
saudade da infância na grama
Dos campos
tranquilos do meu Marajó
Belém, minha
terra, meu rio, meu chão
Meu sol de janeiro
a janeiro, a suar
Me beija, me
abraça que eu
Quero matar a
imensa saudade
Que quer me acabar
Sem círio de
virgem, sem cheiro cheiroso
Sem a chuva das
duas que não pode faltar
Murmuro saudades
de noite abanando
Teu leque de
estrelas
Belém do Pará!
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