sexta-feira, 17 de setembro de 2010

DA SÉRIE EU NÃO SABIA DA NADA: 'Não é normal' investigar existência de parentes no governo, diz ministro


Ex-ministra da Casa Civil tinha quatro parentes na estrutura federal.

O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou nesta sexta-feira (17) que o governo não tinha conhecimento da existência de parentes da ex-ministra-chefe da Casa Civil Erenice Guerra na máquina federal. Ela deixou o cargo nesta quinta-feira (16) depois de denúncias de tráfico de influência no Planalto.
Segundo Padilha, “não é normal” o governo investigar a contratação de familiares de servidores do alto escalão na estrutura pública. “Não é normal o governo fazer apuração sobre isso. O governo não monta um serviço de inteligência próprio, específico, para investigar quem tem parentes com cargos públicos”, disse o ministro durante entrevista à Rádio Gaúcha nesta sexta.
O governo não monta um serviço de inteligência próprio, específico, para investigar quem tem parentes com cargos públicos"
Alexandre Padilha, ministro das Relações Institucionais
Enquanto atuou na Casa Civil, seja como secretária-executiva ou como titular da pasta, Erenice Guerra teve pelo menos quatro familiares empregados em órgãos federais. Pivô do escândalo de tráfico de influência que derrubou Erenice do governo, o filho dela, Israel, trabalhou na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
Três irmãos da ex-ministra também figuraram na folha de pagamento de ministérios. José Euricélio Alves de Carvalho atuou no Ministério das Cidades, Maria Euriza Alves de Carvalho foi funcionária do Ministério do Planejamento e Antonio Eduacy Alves de Carvalho foi empregado na Controladoria-Geral da União (CGU).
Para o ministro Alexandre Padilha, a legislação já prevê regras contra o emprego de parentes na máquina pública: “Já temos uma lei sobre o nepotismo que estabelece claramente que não pode existir uma relação direta [entre familiares no serviço público].”
O ministro também defendeu a inocência de Erenice e explicou que saída do governo foi uma decisão da própria ex-ministra. “O papel do governo não é acreditar ou não na denúncia. É apurar a denúncia. Acredito na inocência de qualquer pessoa até que se prove o contrário”, disse Padilha. “Foi uma decisão pessoal da ex-ministra que avaliou que se sentiria mais tranquila e com mais tempo para fazer a sua defesa fora do governo”, complementou.


Fonte G1 - 17.09.2010 - às 1851

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