Vice na chapa de Dilma Rousseff (PT) à Presidência da República, o deputado federal Michel Temer (PMDB) afirmou hoje que o caso de lobby na Casa Civil e que resultou na queda da ministra Erenice Guerra foi "circunstancial", um "acidente".
"Essas coisas são circunstanciais, são acidentais, são acidentes que ocorrem e, quando ocorrem, são imediatamente corrigidos", afirmou Temer durante debate entre os candidatos a vice-presidente, hoje à tarde, promovido pelo grupo Record.
O presidente da Câmara dos Deputados também minimizou a responsabilidade de Dilma no episódio, ao afirmar ser impossível saber os "pormenores" do que faz cada assessor.
"É muito difícil conhecer os pormenores de cada assessor, o que cada um faz, é complicado. Numa grande organização às vezes pode acontecer alguma coisa e isto só se consolidará quando houver todo o processo de inquisição, de apuração e de julgamento", disse. O tema dominou o debate, que contou com a participação de Indio da Costa (DEM), Guilherme Leal (PV) e Hamilton Assis (PSOL).
O vice de Serra procurou vincular Erenice a Dilma, dizendo que a candidata do PT era "chefe de Erenice" e que a ministra chegou ao governo "pelas mãos de Dilma".
Diante dos ataques de Indio que não abordou o caso das quebras de sigilos de tucanos na Receita Federal em nenhum momento do debate, o vice de Dilma desempenhou um papel de escudeiro da ex-ministra chefe da Casa Civil ao tentar blindar a candidatura.
"O governo não patrocina coisa alguma. Isso não tem absolutamente nada a ver com a campanha da Dilma. As medidas estão sendo tomadas com uma rapidez extraordinária, seja por força do pedido da ministra, seja por força de outros atos que estão sendo tomados", disse.
Provocado por Leal, Temer ainda defendeu a regulamentação do lobby, mas negou que a queda de Erenice tenha sido motivada por essa atividade.
Fonte: Site Folha online - 16.09.2010.
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