Ontem, 22.03.020, publicaram
nas redes sociais, em grupos administrados formados por amigos residentes em Fernandes
Belo, que em tempos de Coronavírus a insensatez prevaleceu naquela região. Em
Fernandes Belo bares lotados, igrejas lotadas, partidas de futebol sendo
jogadas. Na Basília e em Caranã de Basília, movimentadas partidas de futebol
também aconteceram.
Muito triste
ver que os muitos amigos de lá continuam ignorando o perigo que correm e a ameaça a
integridade dos seus familiares e dês seus amigos de sua comunidade. Parece que
a solidariedade não chegou a muitos desses amigos residentes no Distrito de Fernandes
Belo. Um triste exemplo!
Notamos que a
Prefeitura do Município de Viseu vem adotando medidas, até aqui eficazes no combate a proliferação do vírus.
Estou na
capital. O que acontece aqui para estas bandas?
Leio nos
jornais de Belém que em condomínios, há bilhetes de vizinhos nos espelhos do
elevador e nos quadros de avisos dos corredores com os seguintes dizeres: “ofereço-me para ir a farmácias e supermercados
para o idoso meu vizinho ...”. Que belo exemplo de solidariedade. A preocupação
é com pessoas do grupo de risco mais vulnerável: os idosos!
Um dos países mais
afetados pelo vírus, é a Itália. Roma é conhecida como a Cidade Eterna. Ali,
pessoas cantam das janelas de suas casas e se juntam a outras criando um coro
improvisado e garantindo diversão comunitária. Um tenor profissional, cantor
lírico, fez uma apresentação em sua varanda, no andar do alto: ópera a céu aberto.
Um professor de ginástica foi sozinho para o playground de seu edifício,
cercado de outros prédios de apartamentos e conduziu uma sessão de exercícios
para quem o observava de dentro de suas salas.
Existem várias
formas de manter o contato sem ser preciso se tocar fisicamente. Para seguirmos
fielmente as orientações do serviço de saúde, abraços, beijos, foram
cancelados. Mas, pasmem! Aflorou um sentimento novo que parecia estar em
extinção: A solidariedade!
É verdade! A
solidariedade emergiu nesse tempo de isolamento social. Pelas redes sociais queremos
saber como o nosso amigo está. Queremos saber se ele está cumprindo seu papel
social na luta pela prevenção a propagação do vírus. Pedimos aos nossos amigos que não compartilhem
fake news. Isso pode semear o pânico entre as pessoas.
Uma
oportunidade de ouro sermos mais nós e menos eu. Para sermos mais coletivos e
menos individualistas.
Até bem
recentemente era cada um por si. Esquecemos a lição que aprendemos no passado,
quando nossos heróis eram outros. Lembram dos Três Mosqueteiros, saídos da obra
do escritor francês Alexandre Dumas? Os Três Mosqueteiros não eram apenas três mas,
quatro: Athos, Aramis, D’Artagnam e Porthos. E sabem ou lembram qual era o lema
deles? “Um por todos e todos por um!”.
Esse vírus provocou
essa mudança de comportamento. Se antes era cada um por si, os outros que se
virem sem mim, hoje não existe mais isso. Não há mais “os outros”, somos um imenso
“nós”. Eu, tu e ele na mesma corrente de união.
Sem essa união
a gente vai levar esse problema mais longe do que o necessário. Não é isso que
queremos.
E para ajudar
no extermínio dessa crise, necessariamente, nós precisamos de viver um
isolamento social.
Mas como
sobreviver a isso?
Apesar de
muitos acharem que é o fim, pode ser o começo de uma nova forma de construir a
família, a sociedade. Quanto tempo fazia que não acontecia uma reunião familiar
em sua casa? Assistir um bom programa de TV, assistir um bom filme (até pelo
celular), joguinhos com as crianças, ler um livro? Vejam que coisa fantástica!
Talvez ai esteja a solução para esse mal.
Podemos até
descobrir que podemos ser um ser humano melhor. Descobrir que esse “ser humano”
está dentro de nós e nós não o conhecíamos.
Essa onda,
como dizia Chico Xavier, vai passar.
E quando
passar, que a gente saia dessa crise melhor do que entrou!
Nenhum comentário:
Postar um comentário